domingo, 6 de dezembro de 2009

O ANJO




















Eu estava andando pela vida, sem muito entender o porque.
Perambulava pelas ruas, pelas calçadas, pelas cidades,
estava a procura, sempre olhando em volta, olhares de busca.
Queria encontrar um esteio para o meu caminhar.
Reclamava uma companhia para estar comigo até o fim.
Até que um dia...
Não consegui resistir aos seus encantos, ao seu olhar.
A queria apenas para um passeio na praça, nas tardes de domingo.
Uma coisa passageira, fugaz, uma coisa pequena, sem compromisso.
Mas inadvertidamente toquei sua mão, macia, suave, terna.
Depois não resisti, e roubei um beijo, e logo em seguida um abraço.
Não teve como não desejar o depois...
Permaneci ao seu lado toda a minha vida, e você também.
Abrimos caminhos, cruzamos mares revoltos, altas marés.
Nossa vela quebrou em varias noites de tempestades,
outras vezes era o vento, desaparecera do nosso mar.
Mas, quando o sol nascia para nós, zarpávamos novamente.
Dois aventureiros no mar da vida, sem destino.
E quando desembarcávamos em terra firme,
e tínhamos que subir montanhas íngremes, desafiadoras,
as vezes tomava suas mãos para ajudá-la a subir,
mas muitas das vezes você tomou a minha, na subida.
Caminhamos assim em terra e no mar,
você me socorreu mais do que eu a você.
Hoje resolvi mudar seu nome, tudo em nome do amor.
Esteve ao meu lado a vida toda,
de agora em diante vou chamá-la,
de meu ANJO.

Ari Mota

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