Mostrando postagens com marcador UM NOVO NORTE. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador UM NOVO NORTE. Mostrar todas as postagens

domingo, 15 de maio de 2011

UM NOVO NORTE


Se depois de tudo, e ainda... um vazio não desgrudar da alma,
o peito arder de solidão, e uma lágrima escapar em espanto,
descer lacerando a carne, como se queimasse o sonho,
e o soluço contido esconder o pranto.
E sentir o ofuscar do brilho, e o sumir do encanto,
correr em desespero a procura de um carinho,
sentir-se perdido ao meio do existir, não sabendo aonde ir.
Pode ser... que esteja somente a deriva, procurando um norte.
A mesmice o levou ao cansaço, o individual o deixou sem o abraço.
A voracidade do ter o abandonou pelo caminho,
quando procurou abrigo... se viu sozinho.
Há que se realinhar o próprio magnetismo,
reparar a própria bússola e redirecionar o seu destino.
Há que se fazer outras perguntas e não temer as novas respostas.
Há que se partilhar o riso... o que for preciso e o olhar.
Mas, terá que reinventar o afeto que se perdeu como um objeto,
ao longo do andar.
E terá que abster-se do medo da entrega e de amar,
ter a coragem de repaginar a insanidade que viveu,
traçar outras referências, outras verdades,
abandonar os discursos... e encarar o silêncio de si mesmo,
e aceitar o que aconteceu.
Se depois de tudo... inda faltar insensatez,
haverá uma chance de nortear o destino outra vez.
Ninguém se perde quando reedita os sonhos,
reconhece os enganos, os desacertos,
pede desculpas... faz-se... os consertos.
E depois de tudo... inda é possível preparar o fim.
A vida nos permite reflorescer, cobrir-se de flores,
abandonar os rancores.
Encontrar um novo norte... em esplendor,
e depois... além da volta,
ressurgir por amor.

Ari Mota