Se o acaso trouxer nestas madrugadas de insônia,
um vendaval a galope,
e esmurrar sua alma como se fora invadir sua intimidade,
e insistir de forma veemente a entrada, cuidado.
Antes, questione quem o chama, quem o quer,
estes vendavais trazem sentimentos espúrios,
e na sagacidade do encontro, partem deixando o inesperado,
arrombam sua alma, produzem vazios, alagam de lagrimas sua face,
produz indícios de comprometimento, inclina-se ao afeto
e vai embora.
Se o acaso apresentar-se como um vendaval e bater em sua porta,
isto é um disfarce, uma armadilha, não abra assim de súbito,
isto chama-se paixão,
cuidado... morre-se por ela.
Agora...
quando o silencio lhe fizer companhia,
e uma suave brisa, esbarrar em sua pele,
e tocar suavemente em sua alma,
como se fora uma beleza impar, e embriagar seus olhos,
envolver seu corpo em desejos, e lhe furtar um doce beijo,
isto é amor.
Pode durar uma vida,
uma eternidade,
não precisa ter cuidados... vive-se de amor.
Quando um vendaval entrar alma adentro, pode ser paixão,
ela covardemente pode não ter a mesma intenção que a sua,
e em uma tarde cinzenta pode partir sem dizer adeus.
Quando uma brisa suavemente acomodar-se dentro de sua alma,
e na inocência e na pureza lhe ofertar carinho,
ofertar o colo como refugio, o peito como abrigo,
e docemente olhar para você com ternura,
pode ser o amor,
e quando ele der entrada na sua alma,
serenamente,
ame-o também.
Ari Mota