Quando despontei para o existir deparei com a magnificência
dos que viviam em meus limítrofes.
Destilavam em pompa seus aparatos... e em abundância,
desfilavam fartura, cuspiam moedas
e a imponência do poder.
Apercebi que uns construíram seus impérios,
outros tantos se tornaram herdeiros,
e muitos subtraíram em destreza dolosa, em astúcia insana,
o que nunca lhes pertenceu.
E assim alcancei alguns entendimentos,
e em controversa ficaram as duvidas, e em suspeita a desconfiança,
brotou um cismar,
e um presumir de que tudo poderia ser apenas castelos de areia,
neblina ao vento.
Tenho em hipótese que a conquista de coisas pode na fugacidade
do existir,
tornar-se pouco diante da extensão do destino.
E diante de tudo isso, alterei o rumo, o foco e a direção,
agreguei em meus sonhos... outros valores de conquista.
E docemente passei a construir meu império...
dentro de minha própria alma.
E desde então, a nutro com esperança, avanço com coragem,
persevero na exaustiva lida... em ser feliz.
E tudo, tem sido sucessivos momentos de transformação,
sou sempre o novo que desponta e descubro.
Não consegui construir impérios de coisas,
somente de afeto e ternura.
Nem me deixaram nada como herança,
somente retidão e honradez.
E tímido não subtraí de outrem... matéria ou numerário,
somente abraços e beijos.
De tudo restou-me amor
e berço.
Ari Mota