Como foi
bom não saberem...
onde
guardastes o sonho,
escondestes
o medo,
secastes
o pranto.
Como foi
bom não saberem...
que se
alimentou da própria substância,
que se
valeu da inconexão com o desistir,
e
continuar em silêncio foi seu maior encanto.
E que ao
sonhar...
não
encontrou paradigmas que não estivesse em ti,
tudo
estava dentro,
e tudo
foi um exagero, e a quase tudo renunciou.
Como foi
bom não saberem...
da
solidão que lhe fez companhia,
e das vezes
que a quietude escondeu o grito,
e os
desertos que atravessou.
Mas...
se só, depois de 40 anos,
chegaram
os primeiros aplausos,
mesmo
assim, veja o tamanho,
o quanto
imenso foi sua obstinação.
E o que
valeu foi o duelo com si mesmo,
a exuberante
batalha com a alma,
em lidar
com as incertezas,
e das
vezes que as engoliu em noites de solidão.
Como foi
bom não saberem...
que tudo
que lhe obstou o caminho,
desmistificou
o perigo de viver, o fez voar,
o fez se
olhar, se aplaudir.
Como foi
bom não saberem...
que
vagarosamente estava construindo pontes,
crescendo
para dentro,
tornando-se
maior, uma referência, antes de partir.
Que bom
que ninguém soube...
que o
destino... sem você saber, fez como o mar:
depositou
na sua praia, aplausos que são seus,
veio lhe
restituir.
Ari Mota
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domingo, 23 de outubro de 2022
APLAUSOS
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