chorei em noites de solidão,
fiquei no abandono em madrugadas frias,
errei caminhos,
perdi-me em desertos,
tremi sozinho em aflição.
Sobrevivi ao desamparo, escapei da culpa,
supri todos os vazios da alma
repus todas as ausências,
sequei todas as lagrimas,
fiz da minha vida... calma.
Hoje... em tudo isso, e depois de tudo...
aprendi a não desistir, tento sempre,
e sempre mais um pouco... agarro-me em cada esperança,
renovo todos os meus sonhos,
alço sempre novos vôos em perseverança.
Mas... se por ventura...
os ventos da incerteza vierem acompanhados de duvidas, feito ventania,
posso sufocar com risos, seus soluços... todos os dias,
e em vertigem colocar alegria na sua dor.
Posso lhe dar colo, afogo, acarinhar sua face,
partilhar todo o meu amor.
Mas... Se, contudo entre nós existir estradas,
um horizonte que nos separa,
uma infinita distancia que nos desampara:
Não se desespere, entregarei tudo que sinto,
porque tudo... transcende o tempo, o longo caminho,
e continuarei olhando para você com todo o carinho.
Se o destino interromper sua jornada,
e necessitar de abrigo em sua viagem,
ofereço-lhe minha alma,
vou a sua busca
entregar
coragem.
Ari Mota