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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O HOJE ME FASCINA


Pela manha batem em minha porta três figuras espectrais,
esboços quiméricos, fantasmas de mim.
Espio pela fresta do destino,
e deparo com o passado, o presente e o futuro,
ambos na espreita... querendo invadir minha alma,
e em delírios frenéticos tomar de assalto meus sonhos,
brincar com o meu dia, sacudir minha calma.
Hesitei... quase não os permiti... entrar.
Hoje... envelhecido estou no tempo da escolha,
sou livre no desejo, solto no planear,
salto profundo em todos os abismos,
e desponto livre dos conceitos e das cercas,
traço o meu vôo, desenho o meu andar.
Permito o invadir do inusitado, do incomum,
resisto ao medo de existir, de enfrentar os caminhos,
suporto o rigor da estrada, de estar sozinho.
Convido o passado a sentar comigo em noites de solidão,
trocamos lembranças, falamos de desencontros,
de soluços, de saudade... o denomino professor,
mas... logo em seguida o alojo no porão.
E depois... fito com ternura o futuro, fantasio-me de amanhã,
sou sempre esperança, sou infinitamente esplendor,
mas... o convido a recolher-se, e me esperar.
Depois... ou logo em seguida, danço loucamente com o presente,
harmonizo-me a suas fantasias, e vivo sem ensaios,
sou tocado pela beleza de todos os amanheceres,
eles me fascinam, 
vivo somente o hoje,
por amor.

Ari Mota