Quando do despontar da adolescência... e das descobertas da alma,
tímido, num pátio do colégio lá nas bandas das Gerais,
deparei, e me contaram da história de um libertador,
fascinou-me... liberdade era uma palavra escondida no dicionário,
e a amplitude dela só tinha conotação política, e histórica.
E desde então, despertou em mim pela primeira vez este sentimento,
e esta paixão a coloquei nos ombros por um longo período,
era um peso, um quase medo, um quase pecado, uma quase ousadia.
Ser livre era atrever-se a existir e pensar diferente, único, sozinho,
era desagregar-se das regras impostas, das estradas já construídas,
desativar as cercas, quebrar os muros, e renunciar aos dogmas.
Mas um dia...
quando o tempo resolveu pintar o meu cabelo de branco,
tomei a decisão de não carregar a liberdade nas costas,
mas docemente instalá-la dentro da minha alma.
encontrei o livre arbítrio,
meus vôos internos,
minha serenidade em decidir.
Quando do despontar da lucidez...
Um libertador, que não sei sequer... existiu,
inspirou-me a ser livre.
Fez de mim um amante da liberdade,
escolho os meus amores, minha estrada,
meus livros, acredito no que vem da alma,
da minha alma,
e das que amam como eu.
Ari Mota