Mostrando postagens com marcador NUNCA ME... ABANDONEI. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador NUNCA ME... ABANDONEI. Mostrar todas as postagens

domingo, 22 de dezembro de 2013

NUNCA ME... ABANDONEI

Assim é...
Você principia por inteiro, incólume... intacto... sozinho.
Depois o destino, te desembarca... para viver a sua vida.
E no inicio desapercebemos que aportamos dissolutos,
que somos apenas parte de um todo,
e que os nossos restantes, estão espalhados pelo caminho,
e que não se chega por inteiro,
vamos ter que nos inteirarmos depois,
e que ao longo do existir...
teremos que encontrar esses fragmentos,
esses pedaços, esses ensaios, esses experimentos.
- e viver é isso... sair juntando as partes,
os sentimentos.
Assim é...
No inicio... nada é logo ali... vamos ter que andar muito,
atrás dos amores,
e sondar todos os atalhos, mapear todas as estradas,
enfrentar outras tantas batalhas, estatelar e reerguer,
dançar em noites de desespero,
e silenciar num canto esquecido,
e depois... espelhar o riso,
emplumar as asas como um anjo destemido,
e enfrentar a negrura da noite, da solidão... e antes das dores,
investir nos reinícios... na mudança de si mesmo, nos valores.
Assim é... assim eu vi... assim sou eu...
Cheguei... em partes e saí à procura do restante.
Agora... já dobrando as curvas do tempo,
e inda... repaginando os sentimentos, reintegrando os sonhos,
- continuo... estampando de ousadia o meu semblante.
E como me falta pouco, e o que sobeja não são coisas,
são emoções,
mudo sempre de perspectiva,
o meu dia tem leveza, poesia e canções,
o eu de ontem... já não sei quem é.
Só sei que... o melhor que eu tinha já os recolhi,
não sou mais frações.
Este sou eu... o máximo que consegui... o todo que guardei.
Fui... catando-me por onde andei,
e ficando na alma... dos que amei.
E hoje... descobri que não tenho mais... para onde ir,
e logo eu... que quase desisti de mim,
resolvi ficar... e para dentro da alma entrei,
para descobrir que:
nunca me... abandonei.

Ari Mota