terça-feira, 26 de março de 2024

UM AMOR VISCERAL














Não se importe...
Se toda a sua emoção,
estiver guardada na timidez da sua alma,
e embrulhada no silencio...
da sua solidão.
 
Não se importe...
Se... só você sabe da sua dor,
da sua loucura,
da sua poesia,
desse seu amor.
 
O que vale...
É você saber quem jamais,
largou das suas mãos,
e ficou ao seu lado... nas ventanias,
quando a vida lhe presenteou os nãos.
 
O que fica...
É quem fica... por dentro,
e sussurra... vem morar em mim.
É quem te provoca a continuar,
e vibra em silencio com suas conquistas,
e vai ficando... como se não houve fim.
 
Não se importe...
Se, doeu viver,
se, depois de tamanha busca,
você tem... quem te ame,
e voa com você sem medo do vazio,
e conhece os seus desertos... sem se perder.
 
Não se importe...
Se não conhecem da sua resiliência,
se tem alguém... que sabe da sua verdade,
o seu tamanho, e o quão é imperfeito,
e por conhecer a lonjura do amanhã, te ama hoje,
é tão você... que se misturou à sua essência.
 
O que vale...
É que o amor... que aí reside,
é atemporal,
e foge ao estereótipo contemporâneo,
é desses que não existem mais...
desses que saíram de moda,
mas...continuam visceral .
 
Ari Mota

  

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

PAREI DE CONTAR O TEMPO


 









Não sei mais...
Se, foi fácil ou não, chegar até aqui.
Lembro-me bem quanto... intrépido fui,
ao fazer as minhas escolhas.
E talvez eu tenha só perdido,
a imensidão do caminho,
ou na interseção do destino,
quando com delicadeza
atravessei os meus desertos,
a procura de um amor, e de sonhos,
que de tanto, tudo se perdeu na lembrança,
e o fiz... só para não seguir sozinho.
 
Só sei que...
faria do mesmo jeito,
até a mesma estrada utilizaria,
e enfrentaria todos os temporais,
que enfrentei.
Não editaria nenhuma das paginas,
que escrevi.
E ratificaria todas as histórias,
que vivi.
Amaria as mesmas pessoas,
que amei
E beijaria a mesma boca,
que beijei.
Só sei que tudo me foi...
Resiliência... e emoção,
e o que me restou foi arrastar,
tudo para dentro da alma,
e de mim... fiz contemplação.
E continuo assim, ávido pela vida,
ouvindo pelas manhãs o bem-te-vi,
rock and roll, blues,
Albinoni, silêncio e ventania,
e no por do sol escrevendo a minha poesia.
E assim venho negociando com o existir,
até pactuei distancia com a solidão.
 
Também pudera...
Quatro dos melhores humanos,
orbita em mim.
E eu os nomeio como:
Uma bailarina louca e três borboletas.
E assim eu vivo e todos os dias me redesenho.
As borboletas amenizam a rudeza,
e a aridez da estrada.
E a bailarina com toda a sua lucidez e loucura,
ensina-me a não contar o tempo,
- só contar os sonhos, que ainda tenho.

Ari Mota

domingo, 28 de janeiro de 2024

O QUE PRECISAS


 








O que precisas...
É manter essa sua versão diferente,
estão todos iguais,
se enchendo de nadas,
materializando a solidão.
 
O que precisas...
É partir para o encontro,
de pele... de alma,
de cama e suor,
e reinventar a emoção.
 
O que precisas...
É sentir mais, se encantar,
com a vida e consigo mesmo,
e não seguir ninguém,
escolher a sua poesia e sua canção.
 
O que precisas...
É quebrar todos os paradigmas,
todas as cercas... todos os limites,
não permitir a fragilidade fazer moradia,
e amar em demasia a vida.
 
O que precisas...
É que fique uma parte de alguém em você,
e você fique em alguém por inteiro,
e que sejam uma entrega infinita,
um seja o outro... sem medida.
 
O que precisas...
Ainda que tenham um ao outro,
é perceber o abismo que os separam,
e os dois se alimentarem da liberdade de cada um,
sem amarras invisíveis e olhares de censura.
 
O que precisas...
Ainda que não compreenda:
- É que a vida é um replantio,
e plantas o que quiseres,
mas, procure ao longo do existir, colher ternura.
 
O que precisas...
Ainda que não saiba:
- É que viver é esse tropeçar em todas as dúvidas.
Mas, só ame sem hesitar... e segue assim,
podes até vez por outra carregar lucidez...
mas, não esqueça de levar...um pouco de loucura.
 
Ari Mota