segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

PAREI DE CONTAR O TEMPO


 









Não sei mais...
Se, foi fácil ou não, chegar até aqui.
Lembro-me bem quanto... intrépido fui,
ao fazer as minhas escolhas.
E talvez eu tenha só perdido,
a imensidão do caminho,
ou na interseção do destino,
quando com delicadeza
atravessei os meus desertos,
a procura de um amor, e de sonhos,
que de tanto, tudo se perdeu na lembrança,
e o fiz... só para não seguir sozinho.
 
Só sei que...
faria do mesmo jeito,
até a mesma estrada utilizaria,
e enfrentaria todos os temporais,
que enfrentei.
Não editaria nenhuma das paginas,
que escrevi.
E ratificaria todas as histórias,
que vivi.
Amaria as mesmas pessoas,
que amei
E beijaria a mesma boca,
que beijei.
Só sei que tudo me foi...
Resiliência... e emoção,
e o que me restou foi arrastar,
tudo para dentro da alma,
e de mim... fiz contemplação.
E continuo assim, ávido pela vida,
ouvindo pelas manhãs o bem-te-vi,
rock and roll, blues,
Albinoni, silêncio e ventania,
e no por do sol escrevendo a minha poesia.
E assim venho negociando com o existir,
até pactuei distancia com a solidão.
 
Também pudera...
Quatro dos melhores humanos,
orbita em mim.
E eu os nomeio como:
Uma bailarina louca e três borboletas.
E assim eu vivo e todos os dias me redesenho.
As borboletas amenizam a rudeza,
e a aridez da estrada.
E a bailarina com toda a sua lucidez e loucura,
ensina-me a não contar o tempo,
- só contar os sonhos, que ainda tenho.

Ari Mota