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domingo, 13 de março de 2011

A FLORESTA DE ÁRVORES MORTAS


Despertei sem estar em fúria... levantei como ativista,
em devaneios fui cuidar do meu Bonsai.
Vê... que ouso um soluço de solidão,
e barulhos de lagrimas estatelando ao chão,
como chuvisco ao vento, como lamento,
lástima que se esvai,
mera ilusão do destino, acaso das circunstâncias,
fez-me olhar desavisadamente em minhas rosas vermelhas,
e vi... entristecida, encolhida, agarrada em uma das pétalas,
uma abelha em pranto chorava copiosamente em desespero,
perdida.
Tremia... não era de frio... era de medo, e era de mim.
Fugiu, e em disparada perdeu-se no horizonte.
E fiquei só... não consegui amparar suas magoas,
ouvir sua aflição, nem sequer tocar sua alma,
nem ver sua fronte,
e partiu.
Eu me senti o último dos predadores, máquina de matar.
Elas dão equilíbrio ao ecossistema, polinizam, fecundam a flor,
são protagonistas de toda a reprodução das plantas,
passam de florzinha em florzinha distribuindo amor,
e reconstruindo a cada instante a cadeia alimentar.
Vi que sou parte de uma sociedade egoísta,
de homens que com arma letal,
produzem o colapso da desordem das colônias,
afugentam-nas, fazem perder o rumo, o prumo,
e se transformam em seu único inimigo natural.
Estamos cultivando florestas de árvores mortas.

Ari Mota