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quinta-feira, 9 de junho de 2011

QUANDO ACABAR O CAMINHO

Se num dado momento do existir,
tiver que reduzir bruscamente os passos, não ter mais como andar,
findar as referências, as coordenadas, encontrar-se perdido,
meio que no abandono, esquecido.
E perceber que desapareceu o caminho,
e como se não bastasse... ser alcançado pela solidão,
refém de si mesmo... sozinho.
E depois o peito apertar em aflição,
e de repente...  sentir que escapou o riso, desabou o choro,
caiu uma cerração sem igual, e um frio entrou carne adentro,
silenciando a delícia da travessia, e a alegria do encontro, do abraço.
E uma angustia brotar dentro da alma em descompasso,
agarra-se em desespero ao próprio medo,
e o novo, o inusitado lhe fizer segredo,
não... não será possível voltar.
Nem intentar converter o rumo, nem redirecionar a trajetória,
nem achar que errou o norte, ou soçobrou em desalinho.
Terás mesmo... é que arregaçar as mangas,
criar, tracejar... dar existência ao próprio caminho.
É chegada a hora de não mais seguir os outros, nem ninguém,
e na descoberta... ver que naquele instante inicia a própria historia.
você que era dúvida, um enigma... agora transformou-se em paradigma.
Não se perde quando o caminho acaba,
perdem-se quando não descobre outros horizontes,
outras maneiras de saltar profundamente no desconhecido,
e alçar outros vôos... sem destino, e achar sempre uma saída.
Quando acabar o caminho, vá...
Guia-se pelo entusiasmo que carregas na alma,
arranque esta sisudez da cara, ria em demasia,
cante uma canção em alegria,
brinque com os seus medos,
não hesite em ser feliz.
Este é o caminho.

Ari Mota