terça-feira, 4 de abril de 2017

ESQUECI DE DESISTIR

Dia desses que percebi, esqueci de desistir.
Não sei se, foi lucidez ou desatino,
nem sei quando, nem sei como,
talvez tenha sido um lapso ou coisas do destino.
Certo foi que, quase perdi o fôlego,
- e para chegar até aqui,
quase me afoguei na solidão.

Dia desses que percebi,
não me importei com o tamanho das tempestades,
nem os desassossegos do caminho,
nem das vezes que para transcender,
tive que entrar alma adentro, à minha procura,
e muitas das vezes me encontrar sozinho,
- e para chegar até aqui,
não me importei se tudo isso foi apenas uma ilusão.

Dia desses que percebi, esqueci de desistir.
E não sei se foi o acaso,
ou um descuido intempestivo do existir.
Cheguei como uma aragem descomprometida,
envolto a um silêncio ensurdecedor,
cheguei sem urgência, sem saber do fim,
fui tracejando tudo com destemor,
não sei se, perdi tempo com os meus devaneios,
com a minha poesia, com as minhas doidices,
- O que sei, é que, sem querer não abdiquei de mim.

Dia desses que percebi,
por andar meio distraído,
tudo se transformou em um grande equívoco,
em vez de desistir, passei a insistir,
e, é por isso que, nunca encontrei tristeza na solidão,
nem desespero nas tempestades,
e o maior dos meus desatinos, foi só querer ser feliz,
e a minha loucura, não passa de delírios ocasionais,
instantes ingênuo de alucinação.

Dia desses que percebi,
cheguei manso como uma nevoa,
quieto, como um caçador,
e fiquei assim, indivisível,
- nem maior, nem menor.
E eu que queria fazer o meu melhor,
fiz o impossível,
nunca me esqueci de sonhar,
fiz da minha alma brandura,
não aprendi a odiar,
e o que de pesado carrego,
é leveza e amor.

Ari Mota