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sábado, 9 de outubro de 2010

CONTEMPLAÇÃO

Meu existir, fugaz como uma ventania,
foi levando-me a eternos instantes.
E tudo durou,
e tudo aconteceu,
e tudo virou circunstancias.
Os temporais perduraram noites, e arrastaram-se pelos dias,
tornaram-se desmedidos momentos,
e em ocasião fez-se tormenta, encharcou a roupa, esfriou a carne,
sacudiu a alma... quase morri de medo.
E um dia... não tinha mais para onde correr, fugir, fingir... esconder.
E em desesperação, perdido...
Refugiei-me... dentro de mim mesmo.
E era tanto silêncio, tamanha quietude... que de calmo,
tornei-me sereno,
quietei-me em soluço,
repousei-me em contemplação.
Hoje amarrotado pelo tempo, esfolado pela experiência,
inda sonho... inda brinco de menino, inda fantasio-me de poeta.
Contemplo o existir... com toda a intensidade.
E o destino brindou-me com sentimentos e palavras,
e em devaneios... inda apercebo o murmúrio de uma lagrima,
que rola face abaixo de saudade.
Inda espio a toada breve de um sorriso,
em alegria pelo regresso, pelo encontro.
Contemplo a sutileza do olhar, a pureza do gesto,
a leveza da verdade.
Contemplo os que têm coragem de ser feliz.
Contemplo o amor.

Ari Mota