Chega
um... tempo... que,
é
preciso desnudar-se... da insensatez,
desamarrar
os velhos conceitos,
despojar-se
das miudezas que guardou,
e
em retiro... silenciar... sentar com a alma,
e
indagar... se, deu tempo de amar e quem amou.
Chega
um... tempo... que,
depois
de conquistar as coisas,
surge
dentro do peito... uma nova sensação,
e,
arde sem queimar, fere sem dilacerar,
provoca...
vazios, e quase irrompe... em solidão,
e
aí... vem a impaciência... a inquietude,
e
parece que inda falta algo para possuir,
e
depois, padecemos de lonjura... de longitude,
ficamos
assim, só... sem saber para onde ir.
Chega
um... tempo... que,
não
dá mais para prosseguir,
e
necessário é despejar as coisas que carregamos,
e
tênue... formatar uma alma mais genuína,
tomada
de ternura e emoções,
intensa...
farta de sentimentos... e de tudo que fascina,
sem
nada colecionar,
e
descobrir que, o que nos falta... é apenas o invisível...
-
o que não se pode tocar... só sentir.
Chega
um... tempo... que,
temos
que descomplicar nossos desejos,
e
saltar para dentro... dentro dos nossos próprios delírios,
e
entender que preciso é... ver que tudo mudou,
-
e reaprender a ser ícone de si mesmo,
e
ter a própria alma... como... a melhor companhia,
e
sem culpa... livre... acalmar,
aquietar
com os instantes da matéria... que acabou,
e
assomar no ciclo da luz... para se encontrar.
Chega
um... tempo... que, temos que... desacelerar,
existir
é uma ilusão desconhecida...
-
e sem nenhuma certeza.
Chega
um... tempo... que,
é
a hora de desvestir o que nos apequenou,
temos
que arrancar do peito... coragem para ser feliz,
e
abandonar tudo que nos causou estreiteza.
Chega
um... tempo... que,
precisamos
nos tocar... aprender a se amar de verdade,
reconhecer
a sua fina força... e a sua doce fraqueza,
e
ser humilde... de aceitar essas... grandezas.
Chega
um... tempo...que...
-
para ser feliz... tem que ter a ousadia...
de
aprender, a amar.
Ari
Mota