quarta-feira, 3 de maio de 2017

INUTILEZAS

Que vire pó,
todas as coisas que esbarrei pelo caminho,
e que, eu possa deslembrar de tudo que me feriu,
ou tentou me apequenar.
Que eu leve adiante essa minha teimosia,
e faça frente... a todas as minhas tempestades,
e enfrente esses nevoeiros espessos,
que embrusca os meus sonhos,
retira a clareza do meu olhar.

Que vire coisa nenhuma,
ou pequenos nadas... todos os medos que tenho,
e que, eu saiba encontrar além da minha loucura,
a lucidez que eu escondo.
E faça esse vento, que sopra ao meu desfavor,
essa cerração que cai impetuosa,
ser tão somente... uma aragem de reinícios,
onde eu possa me reinventar,
inundar de resiliência as minhas aflições,
e seguir me recompondo.

Que eu encontre calmaria,
depois de todas as chuvas torrenciais,
que eu saiba enfrentar o frio rasgando a face.
E como não sofro de urgência,
e não espero o desespero bater em minha alma,
que, eu saiba suportar com lucidez... o tranco da vida,
e com leveza consiga achar uma saída,
para esse exercício insano, que é existir,
sem nunca pensar em desistência.

Que vire pó,
todas as coisas que conquistei,
essas inutilidades, essas pequenezas,
e não colecione mais nada,
nem selos, nem metal,
tão pouco... ressentimentos,
ou resquícios de magoas,
sobras de melancolia... tristezas.

Que, eu alcance todos os meus sonhos,
e saiba esvaziar-me deles,
e guardá-los como memória.
E se, um dia o destino perguntar das minhas proezas,
que eu diga através da minha poesia,
que, o que levo são todas as emoções que tive,
o amor que dei, e recebi.
De resto o que me ocorreu,
não passou de inutilezas.

Ari mota