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domingo, 28 de março de 2010

SENNA E O POLÍTICO


Entre os dois há uma pequena diferença, um ínfimo abismo.
Senna exaltava a grandeza que cada um carrega dentro da alma,
o que temos de melhor, o que temos de humano, de caráter,
de sobriedade,
ele não fazia brilhar só nossas manhãs de domingo,
iluminava nossos sonhos.
Na sua simplicidade revolvia nossos desejos adormecidos,
despertava-nos a vitória aprisionada no peito,
nossa infinita vontade de vencer.
Suas vitórias eram nossas, como eram nossas, sua força
e sua coragem,
tinha o poder de repartir... sentíamos coadjuvantes no seu cockpit.
Mas, quando naquela curva o destino o levou...
um pouco de nós também se foi.
Ficou o vazio... ficamos sem referencia de vitória,
de conquista.
E desde então, a mídia nos empurra estes ante-heróis...
estes políticos,
os Valério’s, os Arruda’s, os Dirceu’s, que exaltam nossa pequenez,
o que temos de pior, o que temos de ignorância, de desonestidade.
Ofuscam nossos dias, destroem nossa auto-estima,
corroem nossos sonhos,
e na sua arrogância nos faz insignificantes diante das leis, da justiça.
Desperta-nos,  mais que perplexidade e indignação,
desperta impotência.
Não reparte, nem distribui... tira-nos, empobrece-nos,
somos seus coadjuvantes apenas na hora dos votos.
Entre a destreza de Senna e a esperteza do político...
estamos nós.
Somos cobaias sociais, manipuláveis, meras estatísticas, frágeis.
Entre os dois há uma pequena diferença, um ínfimo abismo,
uma tênue distancia.
A torpeza do político nos reconhece como uma coisa,
a delicadeza do Senna nos reconhecia como amor.

Ari Mota