Quando a voracidade da juventude fez-me companhia,
atropelei o meu próprio silêncio.
Apressei-me no grito, no gesto, fiz do olhar atrevimento,
afoiteza na conquista, arrojo na descoberta.
Aventurei-me no inusitado, encorpei vaidade,
quis ser mais veloz que o vento.
Quando a inconstância balizou a fugacidade do risco,
e a ousadia ritmou o percorrer, fiz do manifesto um atacar,
demasiadamente... sangrei almas, debilitei sonhos,
usei da franqueza, quando podia amenizar a critica,
renunciei a paradigmas, achei-me singular.
E o existir cobrou-me postura, atitude de alma,
o destino pediu-me que amenizasse o julgo, o supor.
Evoluísse na compreensão, habilitasse na inteligência,
tivesse... mais altura, mais volume, mais intensidade,
quis de mim amor.
E que pedisse mais licença que desculpas.
Quando a serenidade da velhice fez morada em minha alma,
fez-se calma, quietação no andar,
fiz do silêncio uma arma, da contemplação um costume.
Hoje... ao por do sol... peço licença à vida, para continuar,
peço licença à partida... para mais um pouco ficar.
Hoje, deixei em desamparo as desculpas, e sem culpa,
peço licença ao existir... e que me suporte mais um pouco,
atropelei o meu próprio silêncio.
Apressei-me no grito, no gesto, fiz do olhar atrevimento,
afoiteza na conquista, arrojo na descoberta.
Aventurei-me no inusitado, encorpei vaidade,
quis ser mais veloz que o vento.
Quando a inconstância balizou a fugacidade do risco,
e a ousadia ritmou o percorrer, fiz do manifesto um atacar,
demasiadamente... sangrei almas, debilitei sonhos,
usei da franqueza, quando podia amenizar a critica,
renunciei a paradigmas, achei-me singular.
E o existir cobrou-me postura, atitude de alma,
o destino pediu-me que amenizasse o julgo, o supor.
Evoluísse na compreensão, habilitasse na inteligência,
tivesse... mais altura, mais volume, mais intensidade,
quis de mim amor.
E que pedisse mais licença que desculpas.
Quando a serenidade da velhice fez morada em minha alma,
fez-se calma, quietação no andar,
fiz do silêncio uma arma, da contemplação um costume.
Hoje... ao por do sol... peço licença à vida, para continuar,
peço licença à partida... para mais um pouco ficar.
Hoje, deixei em desamparo as desculpas, e sem culpa,
peço licença ao existir... e que me suporte mais um pouco,
com minhas verdades...
peço licença a vida, para amar mais um tanto.
E que eu possa ainda oferecer flores,
em devaneios,
em teimosia,
aos meus
peço licença a vida, para amar mais um tanto.
E que eu possa ainda oferecer flores,
em devaneios,
em teimosia,
aos meus
amores.
Ari Mota
Ari Mota