Mostrando postagens com marcador A RESPOSTA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A RESPOSTA. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A RESPOSTA


Nossos antepassados tinham a natureza como parâmetro
de sobrevivência.
Utilizávamos os fenômenos da biodiversidade como se fossem
ensinamentos.
Quando observávamos o acasalamento dos pássaros, na descoberta,
além do prazer, revelava-se o amor, o afeto.
E ao encontrarmos a avidez do tigre, deparávamos com a força,
que nos fez lutar e construir.
E quando olhávamos para o firmamento, e a águia altiva e solitária,
sobrevivia aos percalços do vôo, descobrimos a solidão e a resiliência.
Tudo era ensinamento, tudo era sinergia.
A água simbolizava a vida, o rio e seu curso a trajetória do destino.
A rosa... a existência e os lírios do campo a harmonia.
Escutávamos o murmurar de uma cachoeira, o grasnar de uma gaivota.
E o pelicano quando arrancava do próprio peito a carne para alimentar
o filhote, era a família em manifestação... perpetuação da espécie.
Imitávamos e espelhávamos em todos os animais, eles eram nossos
catedráticos, nossos mestres.
Um pedaço de terra simbolizava o respeito, e a andorinha a liberdade.
Olhávamos para a natureza com amor.
Mas, não sei quando... nem como... alguém começou a observar
o homem como Deus.
Ficamos pretensiosos, arrogantes e olhamos demasiadamente
com inveja um para o outro.
Abandonamos as borboletas e subjugamos ao ostracismo
nossas riquezas naturais.
O homem perdeu o elo com a natureza.
Hoje ela responde... só querendo o que tomamos dela.

Ari Mota