Mesmo
sabendo das águas incertas,
dos
ventos intempestivos,
não
parei de navegar, e sempre...
estou à
procura do que me tornei, e sou.
Tive alguns
cuidados comigo:
- não me
machuquei com os próprios pensamentos,
nem me
flagelei com as vicissitudes,
quando o
dia me apequenou.
Vim...
recolhendo retalhos, do que vi e senti,
e fui
costurando tudo em minha alma,
ela
ficou maior que eu.
cerquei-me
de silencio e sutileza,
de
gratidão e poesia,
e orbita
em mim, os melhores humanos que conheci,
e fui me
edificando com retalhos,
remendei-me,
me consertei,
com o que
a vida me ofereceu.
Mesmo
sabendo da fragilidade humana,
das
tempestades ocasionais
espelhei-me
em grandes almas,
naquelas
que exalam ternura,
e são
sensíveis, silenciosas e invisíveis,
aquelas
que verbalizavam com os olhos,
e dançam
felizes em noites de solidão,
parecem
poetas desvalidos, mas são resilientes,
uma é
uma bailarina louca e as outras... duas borboletas,
transbordam
de amor e finura.
E venho
me formatando... assim.
Desses
humanos que me amam,
capturo
pequenos gestos,
que refletem em mim... luz e calmaria,
tocam-me
como aragem celestial,
reinicio-me
todas as manhãs,
e todas
as vezes que deparo com o medo,
mantenho
o olhar, o encaro de frente,
hoje...
o medo tem medo de mim.
Fiz tantos
remendos para retribuir o que recebi,
para
amar como fui... que utilizei de todos os atalhos,
atravessei
todos os meus desertos, todos os meus acasos,
hoje...
sou a soma de outras almas, de outros amores,
de
outros sonhos, de outros abraços,
deixei
de ser eu, de ser sozinho,
até
posso deixar os meus excessos pelo caminho,
e em fez
de receber... oferecer o que me tornei,
em
retalhos.
Ari Mota
Mostrando postagens com marcador RETALHOS DA ALMA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador RETALHOS DA ALMA. Mostrar todas as postagens
domingo, 10 de outubro de 2021
RETALHOS DA ALMA
Marcadores:
RETALHOS DA ALMA
Assinar:
Postagens (Atom)