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domingo, 13 de dezembro de 2009

LIBERTAR A ALMA














Quando do meu rompimento para a vida, recebi um corpo e uma alma.
E ao longo da caminhada tive que edificar duas grandes obras.
O destino inda foi complacente comigo, me permitiu decidir,
e disse-me que o corpo seria finito e a alma persistiria eternamente,
e diante disso teria que construir duas moradias para a minha alma.
Coexistiram assim dois caminhos a percorrer, aprisionar ou libertar.
Na juventude decidi construir um presídio, guardei minha alma lá.
Foram ao longo dos anos, entrando naquela cela minúscula,
o preconceito... que adormeceu ao meu lado e no chão, por vários anos.
Depois a arrogância ficou nos meus pés, dia e noite, sem trégua.
E logo em seguida a iniqüidade, que num canto da cela, olhava-me.
Como a vida me permitira decidir, inferi o engano, o falso, a ilusão.
Numa noite de nevoeiro, sorrateiramente fugi, cortei as correntes.
No dia seguinte, logo pela manha, como ainda me restava material,
dei principio, a uma grande e ultima obra, a obra da minha vida.
Na montanha mais próxima, construí em aclive, uma rampa,
a ultima e derradeira morada da minha alma, a chamei de Resiliência.
Meus vôos são diários e até noturnos, não me permito, não voar,
e são minhas companhias: a sensatez, o equilíbrio e o caráter,
mais também lançam-se no ar, e ao meu lado, a felicidade,
a liberdade, algumas bailarinas loucas, e as borboletas.
E somos todos livres...temos um pouco de ternura e loucura,
Nossas acrobacias embelezam a nós e ao universo, somos felizes.

Meus vôos levaram-me ao encontro da humildade, e ela,
ensinou-me a vencer em silencio e perder sem ser humilhado.
Passei a construir e a doar Asas, a quem habilitasse a voar,
Descobri uma multidão ávida para voar livre e profundo.


Ari Mota