Duas são as belezas da vida...
Uma efêmera... as representamos com castelos de areia,
dura uma maré, um vento apenas, um sopro do destino,
são belezas que nos acompanham quando jovens,
estampam em nosso rosto, em nossa pele, na beleza do corpo,
resplandece em nossos olhos, fugaz como o vento,
são belezas transitórias, descartáveis.
São mascaras que grudam em nossa cara,
e caem pelos solavancos da vida, deixando-nos nus.
E sofremos quando da sua partida, e enrugamos,
partem prematuramente, deixando a solidão na face.
A outra beleza a edificamos dentro da alma...
São castelos de pedra que ao longo da vida,
sobrepomos uma a uma, construindo um lugar inabalável,
são fortificações que suportam os sismos do existir,
mantém-se de pé, após os terremotos existenciais,
guarnecem-nos dos temporais e não sucumbem aos vendavais,
protengem-nos por toda a vida... são belezas eternas,
trazem equilíbrio, sensatez e uma imensa paz,
conduzem-nos ao arrebatamento da alma, nos faz... feliz.
Estas são as belezas da vida...
Uma efêmera... faz moradia em nossos castelos de areia,
a outra constrói castelos de pedra, e fica por toda uma eternidade.
Ambas edificam nossa vida,
mas só uma irá alicerçar nossa alma.
Ari Mota