domingo, 11 de setembro de 2022

QUANDO FOI QUE TUDO MUDOU


 








Vez por outra...
A razão vem sondar a minha alma,
e com sutileza me indaga:
Quando foi que tudo mudou?
 
E às vezes me pergunto... quando?
Quando a cura emergiu de dentro,
como esse processo irrompeu em mim,
e aqui... aportou.
 
Talvez...
Foi quando me vi sozinho...
e tive que me fazer companhia,
e desnudei-me,
exibindo a minha fragilidade e força,
e deparei com esse que hoje sou.
Talvez...
Foi quando tive que me olhar...
sem estar no espelho,
e atravessar-me como se fora transparente,
e passei a me tratar com mais leveza.
Talvez...
Foi quando tive que me encontrar...
sem nunca estar perdido,
e tive que dimensionar a estrada,
e saber aonde chegar.
Talvez...
Quando tive que me amar... quando me faltou amor.
Quando tive que voar... quando acabou o caminho.
Quando tive que me reencontrar... recompor.
Talvez...
Foi quando deparei com as dores,
e tive que ter paciência com as minhas emoções,
que descem vez por outra dos olhos:
- Só de pensar em partir,
e não saber como despedir dos meus amores.
 
Mas, foi mesmo... quando tive que elevar-me,
e deparei com um universo em mim,
e tive que lidar com essa imensidão,
descobrir este que sou.
E saiba, pode até parecer que tudo foi efêmero,
um relâmpago ensandecido,
uma tempestade de verão,
mas, só eu sei o quanto demorou.
 
Mas... quando tudo mudou...foi:
Quando me amei.
 
Ari Mota