
Houve um tempo em que eu esperava.
Esperei , quase uma vida.
Fiquei na esquina muitas vezes, a espera.
Já esperei um amor,
um abraço,
um beijo,
até esperei a chuva passar.
Hoje, não dou tempo a mim mesmo.
Amo com toda a intensidade,
com todos os afagos,
com os poros, com suor.
Não espero o amor, vou até ele.
Abraços, distribuo todos os dias,
abraços os meus amores, e os que não são,
já abracei até quem não devia, mas abracei.
Beijos... já até roubei alguns,
foram bocas proibidas, mas beijei.
E a chuva....
Quando chove saio dançando,
como Fred Astaire.
Esses dias...
Uma louca convidou-me para dançar,
fomos dançar em São Tomé das letras,
eu e ela dançamos a noite toda.
Leve,solta...dancei com a felicidade.
Bailarina louca, louca bailarina
Hoje nem a chuva me faz esperar,
sou feliz na chuva, na esquina
em qualquer lugar.
Ari Mota