Mostrando postagens com marcador UM PRESENTE PARA MIM. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador UM PRESENTE PARA MIM. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

UM PRESENTE PARA MIM


Andei distribuindo coisas, presenteando amigos e amores,
brindei com o amarelo esplêndido do ouro,
e o brilhante reluzente das pedras e flores.
Abracei em noites de festa e beijei em madrugadas de desejos,
celebrei ciclos, solenizei esperanças,
aplaudi a pirotecnia das noites em brilho,
brindei ao bater das taças a procura de ensejos.
Comemorei em cobiça e apetecido, e em busca... fui atrás da alegria,
e em euforia comovi em êxtase o mudar dos tempos.
Dancei valsa à meia noite, beberiquei vinho em fantasia.
E mesmo assim e embriagado... voltava sozinho.
Eram tempos... de vazios, de procura.
E presentear coisas, era como se fosse conquistar afeto e carinho.
E em busca... procurava a mim mesmo.
Mas, um dia... após uma ventania... que até chorei,
apercebi que as raízes da minha alma estavam expostas,
tive que escorá-las, ampará-las... e a replantei,
a cravei forte dentro do peito,
borrifei delicadeza e a umedeci com gotas de sutileza.
E desde então, passei a presentear a mim... todos os sentimentos.
Renasço em todas as manhãs, em todos os olhares,
não vivo de ciclos... vivo de hoje... somente do agora.
E todos os dias... amanheço em festa, em contentamento,
doei a mim mesmo, coragem para ser feliz.
E o destino, como se não bastasse, também me presenteou:
sempre colho rosas vermelhas, por onde vou,
sempre borboletas azuis cantam para mim,
e uma louca bailarina... baila comigo,
e em juras disse-me, que é por amor,
e até o fim.

Ari Mota