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sábado, 26 de junho de 2010

OLHE COM AMOR



Se não conseguir soltar a voz pra falar de amor,
se buscar as palavras dentro da alma,
e encontrar vazios,
ou dos lábios não brotar murmúrios,
e não tiver a viveza em segredar palavras de carinho.
Se não conseguir retirar do seu vocabulário doces expressões,
se por timidez ou medo não souber declarar em versos,
todo o seu sentimento.
Se não conseguir soltar a voz pra verbalizar uma declaração de amor,
e não atrever-se, e nem revelar-se ao outro com ternura,
e fazer de sua mudez um ato de solidão...
Podes até emudecer,
embriagar-se de silêncio,
ou calar-se por uma vida.
Mas, pode e precisas urgentemente refazer a própria essência,
repaginar seu destino, reconstruir tudo o que o trouxe até aqui.
Podes... falar com o silêncio dos olhos, o que de vivaz tem nele,
no seu luzir, no seu resplandecer, no fulgor do seu viver.
Olhe com a pureza de um menino, jamais deixe de falar com os olhos.
Olhe com amor, as criaturas e o universo.
Se não conseguir soltar a voz...
Afague com o toque a face de quem amas,
e com um leve e suave gesto manifeste o seu afeto... em silêncio.
Acalente-a, traga-a junto ao peito,
se não conseguir soltar a voz,
olhe-a com toda a suavidade da alma
e que em gritos... faça-se silêncio,
e que em silêncio... amor.

Ari Mota