mas que a descoberta seja
como um sopro vindo de dentro,
e te faça ver:
Que o tempo não existe, ele é
uma ilusão,
não tem princípio, nem fim,
está escondido absurdamente
entre estes dois extremos.
Ele nada mais é... que este
instante, o que você vive, e faz acontecer.
Ele na verdade é o tamanho do
seu sonho, da sua ousadia,
da sua coragem para
evolucionar,
é fugaz como uma ventania,
efêmero como uma aflição,
embriagante como a loucura,
célere como a estúpida agonia,
ele aproxima em silêncio,
fantasiado de calmaria,
e depois como um temporal
dilacera a alma, sem sangrar.
Cuidado para não fazer do
tempo uma contagem...
do seu desespero.
Ele pode iludir a pressa, e aprisionar
o andar,
e em desalinho afastar
você... de você mesmo.
Como o tempo não existe, é
uma imensa ilusão,
antes, que tudo acabe...
antes, que tudo vire solidão,
alinhe-se... o seu tempo é o
agora.
Busque o riso sem artifícios,
e a alegria sem embriaguez,
e não seque as lágrimas sem
razão,
nem tão pouco esqueça pelo
caminho... a lucidez.
O único tempo... é o tempo do
alinhamento,
entre você e o seu sonho.
E sonhar é um processo
ínfimo, sem muita explicação.
Alinhe-se... o seu tempo é o
agora.
A vida pode não lhe oferecer
outra chance,
não espere, flua como gotas
de orvalho ao vento,
pulverize carinho, alegria...
pode ser só com o olhar,
seja feliz, hoje... amanhã,
pode não dar tempo.
Regue a sua alma, como o
jardineiro faz com a flor,
trabalhe... o seu corpo como
se fosse um bonsai,
porque tudo se esvai.
Faça do seu tempo... um
reedificar,
neutralize a rudeza do
cotidiano,
cresça para dentro,
exista por amor.
Ari Mota