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quinta-feira, 1 de março de 2012

O ÚLTIMO PROJETO DE VIDA


Lembro-me, e como lembro...
E como durou... fustigou a alma,
como o vento faz no arvoredo e o mar bravio... no rochedo.
Foi exaustivo, bateu sem parar.
Mas, consegui romper os paradigmas que me obrigaram a acreditar,
nas cercas que plantaram no meu caminho,
e o rumo a tomar.
Eu que achei que tinha que espelhar... nos outros,
sorte... tive, o destino me fez irromper sozinho,
atrevi a fazer... tudo do meu jeito.
Como a velhice acomodou-se em silêncio dentro de mim,
tive que em calmaria instituir uma rara reengenharia...
para o meu fim.
Em delírios... virei poeta.
Depois, como quem rouba o sonho de si mesmo, e arquiteta,
passei à Projetista.
Estou me reconstruindo, me fazendo menos egoísta.
Construo pontes que me levam além da solidão,
e asas que me propulsam para dentro, dentro do meu coração.
Sou Engenheiro, do meu... existir, calculo os vôos, os saltos livres,
tenho uma formula que até dimensiona a distancia entre eu, e o sonho.
Vivo mais leve, em devaneio às vezes... mais feliz... mais risonho.
E hoje, sei que sou um Arquiteto de mim mesmo,
brinco com as letras, com as borboletas, embora sisudo, às vezes mudo,
faço do meu jeito.
Como ainda tenho muito trabalho, tenho muitos reparos,
ando meio que desesperado, às vezes em agonia,
tento encurtar a noite... e esticar o dia,
o tempo tem sido como uma ventania, e o relógio como um ventilador.
Tenho que corrigir algumas falhas, aparar o jardim,
regar o meu Jequitibá, cultivar o meu Bonsai... antes que ele desmaia,
e não permitir que o último projeto, se perca, se esvaia.
Porque, ele é um olhar sobre o que vivo, sobre o que vivi.
E o meu último projeto é olhar em retrospectiva,
o que fiz... e o que ainda farei...
por amor.

Ari Mota