Todas as vezes que mudei de caminho, alterei o rumo,
busquei um novo trajeto, ou avistei outra travessia...
encontrei o esplendor do talvez, do acaso.
Todas as vezes que o inusitado fez-me companhia,
e o incerto bateu em minha porta, convidando-me à uma aventura...
saí... em vôo,
como uma águia solitária que ganha os céus em busca da descoberta,
fiz minhas escolhas, desfilo com minhas decisões,
meus tropeços,
coloco riso na sisudez do medo, e gracejo nos enganos,
tenho... é obvio, que conviver com a solidão,
e saltar profundamente nos abismos do imprevisto.
Mudo a cada instante, faço da ocasião o agora, aconteço de súbito,
altero-me na concepção, inquieto-me na imaginação,
sou metamorfose em delírios, resiliência em demasia.
A mudança é um balsamo que me alivia,
a duvida um deleite que me aquieta,
delicio-me com novos olhares, com novos encontros,
novos lugares.
Assumo o risco de não possuir ancoradouro, ou de não ter uma paragem,
e não ter onde guardar coisas, e não ficar refém delas.
Procuro rampas que possam impulsionar meus vôos,
plano inclinado que possa lançar-me em devaneios.
Procuro despenhadeiro que me dê vertigens,
e sensações irresistíveis ao temor da perda.
Procuro sempre outras travessias...
pelas estradas dos nãos, minha alma encontrou os sins.
Se me procurardes por aí...
fui buscar com minhas escolhas o que me pertencia...
amor,
e já volto.
Ari Mota