sexta-feira, 30 de julho de 2010

INTREPIDEZ


Se fores acometido por um temor exacerbado,
e deter-se espiando a porta,
a espera de uma desventura ou um infortúnio adentrar
e invadir seu existir,
e acercar-se de criaturas que cultuam a tragédia,
o desassossego, o fel,
e untar-se de sentimentos que obste os vôos,
o espontâneo e cerceie o riso,
e não mais que possível, e ainda, não gozar do desimpedido, do isento,
e não conseguir caminhar só,
independer-se das sentenças sociais,
resguardar-se das opiniões nefastas, acautelar-se do julgo gratuito,
e consentir que o medo impeça o caminhar,
e os outros ofusquem o seu sonhar.
Você precisa mudar...
Você necessita de uma reengenharia que possa realimentar a alma,
realinhar a esperança, expor toda a sua intrepidez,
permitir uma nova releitura da própria trajetória,
de si mesmo.
Redesenhar os planos do fim, redescobrir os começos.
A sutileza do silencio, rir sem gargalhar, ver sem olhar,
e, sobretudo redefinir a intensidade dos amores, do amar.
Se fores acometido por delírios indefiníveis,
e deter-se espiando para dentro, procurando respostas,
e perceber sua alma em festa... bailando com uma louca bailarina,
ao som de uma orquestra de borboletas azuis, ao luar.
Não... você não foi acometido por loucuras,
nem por devaneios de poeta.
A felicidade fez morada dentro de ti... e você não percebeu.
Só lhe resta o abandono do medo, o reaprender do amor
e a intrepidez para ser feliz.

Ari Mota

quarta-feira, 28 de julho de 2010

VENTANIA



Se o seu caminhar for interrompido abruptamente,
com o terminar da estrada,
e buscar em vão a bússola... não encontrar o norte,
e a noite chegar repentinamente,
e na diagonal do ombro, à tira-colo... portar ventania,
e em fúria fazer cair das nuvens águas intempestivas, gelar a carne,
sacudir, estremecer os ossos, fazer vazios.
E o destino cobrir de ébano sua visão do horizonte,
e seu olhar tornar-se ofuscado pelo medo,
e uma inquietação brotar de dentro, arrancando suas fragilidades,
expondo suas fraquezas, sua infinita vontade de voltar, de ter um colo,
e em prantos pedir socorro, implorar afeto, querer um carinho, um abraço,
e a alma em soluço vociferar que está sozinha,
que perambula pelo existir sem ninguém,
e que vagueia em devaneios pelas madrugadas a procura de esteio.
E dos olhos saltar gotas de solidão, doer o peito, e quase morrer em vão.
Não desista... cerre os olhos, vá ao encontro da própria alma,
abrace-a com ternura, leve-a a um lugar despovoado,
refugie-se no descanso, recolha-se no silencio,
retire-se do exposto, caminhe ao acaso... rume à interiorização de si mesmo.
Resista... se não conseguir suportar a ventania, nem as chuvas intempestivas,
graceje com a dor, divirta-se com o sozinho, encante com a ausência,
e faça da sua carência, um momento único do seu existir,
você terá apenas esta oportunidade... de viver esta vida.
Conceba  as ventanias... como forças... que fazem crescer,
evoluir, manter-se de pé, robustecer a essência, aprofundar o sentimento.
Arrisque ser feliz... outra vez... sempre, desmedidamente,
Se... preciso com amor,
se não precisar...
ame assim mesmo.

Ari Mota

segunda-feira, 26 de julho de 2010

SUPÉRFLUOS



Se perceberes que o fardo está pesando a cada passo, a cada andar,
e que as pernas não mais suportam... carregar o corpo, o existir,
e a alma em fadiga encarecer o caminhar, temer o horizonte,
dar indícios de parar.
E em prantos reclamar socorro, e ninguém lhe ouvir
ou nem lhe ajudar.
É hora de lançar pelo caminho... os supérfluos, os excessos, o fútil,
abandonar pelas margens todos os medos, angustia, e sofreguidão,
diligenciar a marcha, suavizar o vocábulo e dar ternura ao olhar,
desapegar da impaciência nas paragens... apartar-se da cobiça,
da solidão.
Se perceberes que carregas sentimentos que tiranizam seus sonhos,
obscurecem suas vontades, delimitam o bater de suas asas.
É chegada a hora de propor ao destino que lhe facilite:
Uma assepsia da alma...
Um retirar do desnecessário, da sobrecarga,
dos sedimentos que se alojaram no fundo de si mesmo,
enraizaram em forma de magoa, de rancor,
uma repugnância ao acaso, uma desesperança ao imprevisto,
um desacreditar no talvez, uma ausência de coragem,
um quase abandono, um quase fugir.
Se perceberes que dentro da alma... guardas supérfluos,
escondes ressentimentos... faça uma assepsia.
E guarde ali somente amor
e esperança.

Ari mota

sexta-feira, 23 de julho de 2010

VAZIO



Prepara-te para tornar-se maior, sobrepor ao que te faz pequeno,
cumprir o destino que te implora ser outro, desenvolver, crescer.
Faça sobrar talento, conquiste coisas, direcione sua vida ao sucesso,
fomente seu andar pelos caminhos do ascender, pelas estradas da fama,
suba nos degraus sociais, vá em direção ao cume, conceba o auge,
e com todo o esplendor desfile como uma celebridade.
Prepara-te para os aplausos, os holofotes, apresente seu intelecto,
sua infinita perspicácia, sua intensidade sagaz de raciocínio,
suas faculdades eruditas, e seus profundos desejos de enciclopedista.
Seja o melhor no que faz, na ação ardente que produz, no julgo do que busca.
Seja um laboratório fervescente de idéias, um inovador contumaz,
um inesperado descobridor do novo, do inusitado, brilhe como uma estrela.
Haverá todo um universo conspirando ao que conseguiu conquistar, ter.
Esta é lei... crescer, evoluir... se necessário recomeçar sempre.
Mas não te esqueça... nunca, de esquecer-se do amor.
De abrigar em sua alma os que te amam... e amá-los em simetria, por igual.
Expor o humano, oferecer afeto, abrigar no intimo a delicadeza e a doçura,
distribuir afagos... no âmago ser simples, menino.
Ser gentil com as pessoas, a natureza e consigo mesmo.
Amar... se necessário em demasia.
Prepara-te para tornar-se maior... mas não se esqueça de amar, sentir.
Se o destino transformá-lo em um autômato,
estarás construindo dentro de ti, um museu de fracassos.
Viverás... sempre com medo de amar,
ausente...vazio.

Ari Mota

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O MEU CAMINHAR


Quando os cabelos eram pretos e a pele aveludada,
e tinha a juventude como companhia,
a vida presenteou-me dois caminhos,
um deles na verdade era um atalho:
encurtava-me o andar, acelerava o tempo,
e oferecia-me o provável, o indubitável, impunha-me o evidente,
furtava-me a critica, dissuadia-me da duvida,
estorvava meus delírios, proibia minhas loucuras,
e em contra partida, também obstava meus vôos,
desviava de rota meu destino,
e ofuscava o meu olhar.
Por força dos meus desejos, e por ensejo das minhas vontades,
não atravessei o meu existir seguindo trilhas ou pegadas de alguém,
fiz fender-se a estrada ao meu caminhar, enveredei-me na descoberta,
nas escolhas solitárias, nos devaneios, nos medos de nunca se achar.
Não permiti a ingerência nos meus passos, nem nas minhas doces fantasias.
Minha alma percorreu incólume nas vitórias, e cresceu nas derrotas,
sobrevivi ileso a solidão que impus a mim mesmo.
E nem sequer uma gota desceu ilesa face abaixo...
transformei-as em orvalho nas minhas madrugadas,
aguardando o por do sol.
Decidi, escolhi... não atravessei atalhos.
Nenhum discurso me convenceu... dei a todos o direito de falar,
e a mim de acreditar.
Escolhi meus livros, minha fé, meus amores,
meu jardim, minhas musicas, meus ídolos, minhas flores,
até uma louca bailarina, e umas borboletas,
para celebrar minha passagem por aqui...
com amor.

Ari Mota

domingo, 18 de julho de 2010

COTOVELO NA JANELA



Não se detenha despercebido com o cotovelo na janela,
esperando a vida chegar,
nem fique na espreita em circunspecção avaliando alguém,
ou em acinte narrando inverdades,
avaliando coisas, e o que os outros têm.
Não se coloque com o cotovelo na janela,
conjecturando o sucesso dobrar a esquina e cair em seus braços,
e nem se posicione como se a vitória não lhe trouxesse cansaço,
e que os combates diários serão brandos, afáveis,
e o mundo complacente com você.
Não plante seu cotovelo na janela, mas... se o fizer,
que seja para ver quem chegou,
e abrir a porta aos amigos, ou a um grande amor.
Saia da janela... ela não é, e nem será o palco da sua vida,
deixe passar por ela apenas os raios de sol, propondo esperanças,
ou o vento a galope celebrando e aclamando seus sonhos de criança.
Tire o cotovelo da janela, saia para viver o grande teatro que é a vida,
encene seu papel, apresente sua face, seu riso, destile emoção,
combata suas intrigas intimas, suas próprias paixões perdidas,
sua busca incessante... da própria alma... encontre-se.
Mas que seja em campo aberto, na rua, nas avenidas, nas calçadas,
no palco da vida... e que pare de esconder de você mesmo,
de temer seus fracassos, os amores dissolutos, os beijos esquecidos.
Reinicie sempre, configure novos sonhos, novas lutas.
E ao aproximar da janela, que seja somente pelo lado de fora.
E que em serenata possa declarar o amor que tímido,
escondeu toda a sua vida... por ela.

Ari Mota

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O USUÁRIO



Bateu em minha porta um jovem em farrapos,
vazio,o conheci quando criança, o conheci quando ainda inocente,
quando ainda o luzir da esperança brincava em seus olhos,
e resplandecia em sua alma... vida, e festa em seu existir.
Havia esperanças de pais, e sonho ingênuo de filho,
toda uma vida de busca, de combate... ainda por acontecer.

Sem culpa, sem sentenciar... um dia desprendeu-se do nexo,
afastou-se da coerência, perdeu a conexão com a lógica,
e jamais conseguiu voltar para a casa.
Perdeu-se nos labirintos da dependência química,
e jamais encontrou o caminho de volta, perdeu-se no imaginário,
desperdiçou o aprimorar da consciência, o evoluir da essência,
encheu-se de nada, procura em vão o riso, e em desespero a si próprio.
Bateu em minha porta um jovem que perdeu sua primeira luta,
foi vencido pela droga.
Absteve de apresentar seus talentos, mostrar seus afetos,
romper a solidão, amar, virar poeta.
Inerte, vaga pelas ruas, pelos delírios químicos, pelas noites frias,
tornou-se um desnecessário, uma incerteza...
Incomodou-me... não consegui abrir a porta,
não consegui achar saída,
fiquei pequeno,
decresci,
morri mais um pouco,
não tive coragem de fazer por ele
o que faria por um filho.
Morrer.

Obs. E como se não bastasse (Elvis Presley, Jimi Hendrix e Janis Joplin)  
meus ídolos morreram de overdose...

Ari Mota



terça-feira, 13 de julho de 2010

SÓ NÃO SOBREVIVI AO AMOR



Sobrevivi à solidão que as diferenças impuseram ao meu olhar,
ao desalinho que pairou nas minhas esperanças, no meu caminhar,
ao desconforto dos que exigiram e tentaram direcionar minha fé,
e a insolência imposta pelos que queriam restringir meus vôos.
Sobrevivi aos meus medos, a minha inconstante dúvida, 
minha volúvel culpa, e a própria insensatez de se achar único.
Sobrevivi às arrogâncias sobrepostas nas estradas que passei,
as palavras que emudeceram... e em êxtase tinham que gritar aos céus,
todos os meus tormentos, todas as minhas angústias,
toda a indiferença.
Sobrevivi ao isolamento imposto dos que perceberam que mudei o rumo,
que descobri veredas que me levaram aos recantos da alma,
aos braços da sensatez, e as trilhas do equilíbrio,
da razão e do silêncio.
Sobrevivi ao desaguar das míseras regras sociais,
dos cerceamentos,
dos olhares de desdém, da soberba, dos abraços vazios,
e dos inverídicos beijos, e das falsas declarações.
Sobrevivi à estupidez do julgo... e da espontaneidade do ódio,
do desejo de possuir o que o outro tem,
deixei livre... todas as almas,
inclusive a minha.
Só não sobrevivi ao amor, não resisti as suas investidas,
sujeitei-me ao seu triunfo, subjuguei-me aos seus caprichos,
persuadiu-me a segui-lo eternamente, em suplica caí aos seus pés,
não sobrevivi ao amor.
Se necessário morro de amor todos os dias.
Amo intensamente a vida e o que ainda resta.
Amo você.

Ari Mota

sexta-feira, 9 de julho de 2010

NOSSO AMOR NUNCA TROCOU CARTAS



Até tentei, rabisquei, amassei a folha e joguei ao chão,
ensaiei uns versos, no reverso dos meus olhos para te encontrar,
procurei o seu endereço, até no avesso da cidade, para te achar,
e não te encontrei.
No absurdo do acaso, fiz um poema, virei poeta,
e você não me encontrou,
nem sequer me leu,
nem sequer me achou,
e na solidão, eu e minha alma, sempre escrevemos nas madrugadas frias,
sem papel, sem ponto, sem vírgula... em devaneios,
apenas com gotas que caem pela face, e ficam invisíveis...
que nem eu mesmo consigo ler.
E o destino plantou um abismo entre nós,
não sei onde você está, e não consigo te achar...
e como nosso amor nunca trocou cartas,
hoje escrevo para o mundo... para um dia você me encontrar.
Retiro da alma, o amor que inibido não sussurrei ao seu ouvido,
e que nem em cartas de amor escrevi,
e nem em noites de luar eu declarei.
Hoje escrevo para o mundo as cartas de amor que não trocamos.
Se porventura um poema lhe tocar suavemente,
e doer por dentro, olhe o autor...
pode ser docemente este poeta, em delírios.
Pode ser minha alma verbalizando todo o meu destino,
que foi sempre te amar.
Hoje escrevo para o mundo, as cartas que não mandei,
os versos que não recitei,
para você...
que sempre amei.

Ari Mota

 


quarta-feira, 7 de julho de 2010

ALEGRIA DE MENINO



Dia desses o passado rompeu as fronteiras da memória,
e veio sentar ao meu lado, e se fez saudade,
e doeu como uma ferida.
Menino ainda, alma intacta, pura, tomada de inocência,
livre dos medos imaginários, dos anseios em conseguir, conquistar,
da aflição em ter, representar o que não é, fantasiar o que não sabe,
época em que as circunstancias eram irrefletidas, e eu era ninguém...
somente um menino perdidos nas Minas Gerais do meu sonho.
Acreditava que todos voltariam para casa nos fins de tarde,
e que partida era uma rodada de futebol, nas tardes frias de inverno,
e que ninguém partiria sem dizer adeus.
Dia desses o passado rompeu o meu silêncio,
e a saudade desceu em gotas pela face.
Um cismar de abandono, um vazio imprevisto, uma busca,
uma vontade inquietante de voltar, reencontrar amigos,
amores, ingenuidade perdida, esperanças esquecidas.
Dia desses o peito ardeu, queimou, o passado fez-se solidão,
busquei a primeira bicicleta, o primeiro beijo,
o primeiro amasso no portão.
Dia desses os olhos dispersos no pretérito da minha vida,
procurei a minha meninice, as pipas no ar, os risos ao luar,
os afagos, os abraços, o menino que me fez amar.
Dia desses, notei falta de mim mesmo,
daquela alegria de menino,
dos sonhos,
das estradas por onde andei,
das pipas que soltei,
de tudo que amei.

Ari Mota

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ESCOMBROS



Não se esqueça de olhar vez por outra, para trás,
pelo que passou,
pelo que deixou nas estradas por onde caminhou.
Muitas das vezes a vida nos impõe uma velocidade abusiva,
e afoito ultrapassamos o bom senso, a maneira harmoniosa de existir,
esculpimos no nosso transitar uma postura rude, gestos toscos,
encontros marcados pelo agressivo,
e nossa infinita necessidade de impor nosso querer,
e no abandono desapercebemos as diferenças,
e no descontrole incutimos a insensatez do poder.
Não se esqueça de olhar vez por outra o que fez,
ou anda deixando e semeando pelas marginais por onde passa.
Não destrua sonhos, nem julgue destinos.
Não simule amor, nem dissimule afeto.
Não distribua ódio, nem desafeto.
Podes... um dia querer voltar... e não mais encontrar caminhos,
e na descoberta... achar escombros por onde passou,
escombros do seu caminhar.
Poderás necessitar de um amor, e não terá como chegar até ele,
de um beijo e sequer os lábios tocar,
de afago e não ter colo para deitar.
Não se esqueça de olhar para trás, não deixe pelos caminhos... escombros.
Plante rosas, reedifique sonhos, reinvente amores, e perspectivas,
se não conseguir atingir os propósitos, mude de propósito.
Mas não deixe escombros por onde passar,
podes... um dia não poder voltar.

Ari Mota

sexta-feira, 2 de julho de 2010

TALENTO



Se ainda não pode encenar sua arte para a multidão,
se o destino não o colocou no palco da vida, e o fez uma estrela,
e os aplausos não foram direcionados a sua apresentação,
e o mundo ainda não o recepcionou, nem  reconheceu o seu talento,
e tem atravessado o existir incógnito, um alguém invisível,
e seu espetro decompõe ao por do sol, e ninguém o vê.
Deve acercar-se da intenção de quebrar paradigmas,
transgredir o aceitável, e quebrantar os medos da alma,
expor o que sabes fazer de melhor, revelar o que tens de hábil,
narrar em versos, cantar em prosa, e apresentar-se em corpo,
explicitar toda a sagacidade do que escondes do mundo, de você mesmo.
Prescindível apenas espelhar verdades, e oferecer coragem ao julgo,
e sair apresentando-se neste teatro existencial... sem intolerância,
sem preconceito, sem sentenciar atitudes, e nem assinalar as diferenças.
Se, contudo, perceber que na platéia não há espectadores,
nem coadjuvantes nos bastidores do seu caminhar,
apresente-se a você mesmo... encene, cante, dance,
pinte e em delírios escreva um poema de amor,
e em madeira traceje a nudez de uma mulher, e a esculpa numa flor.
Não tenhas temor das vaias, seja juiz de si mesmo.
Retire... da alma seus talentos, e os apresente ao planeta,
o universo irá aplaudi-lo em silêncio.
Mas... se, contudo achar que ainda é pouco,
o maior dos talentos é ter vivido por amor,
e ter tido a coragem de ser feliz.

Ari Mota