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quarta-feira, 21 de julho de 2010

O MEU CAMINHAR


Quando os cabelos eram pretos e a pele aveludada,
e tinha a juventude como companhia,
a vida presenteou-me dois caminhos,
um deles na verdade era um atalho:
encurtava-me o andar, acelerava o tempo,
e oferecia-me o provável, o indubitável, impunha-me o evidente,
furtava-me a critica, dissuadia-me da duvida,
estorvava meus delírios, proibia minhas loucuras,
e em contra partida, também obstava meus vôos,
desviava de rota meu destino,
e ofuscava o meu olhar.
Por força dos meus desejos, e por ensejo das minhas vontades,
não atravessei o meu existir seguindo trilhas ou pegadas de alguém,
fiz fender-se a estrada ao meu caminhar, enveredei-me na descoberta,
nas escolhas solitárias, nos devaneios, nos medos de nunca se achar.
Não permiti a ingerência nos meus passos, nem nas minhas doces fantasias.
Minha alma percorreu incólume nas vitórias, e cresceu nas derrotas,
sobrevivi ileso a solidão que impus a mim mesmo.
E nem sequer uma gota desceu ilesa face abaixo...
transformei-as em orvalho nas minhas madrugadas,
aguardando o por do sol.
Decidi, escolhi... não atravessei atalhos.
Nenhum discurso me convenceu... dei a todos o direito de falar,
e a mim de acreditar.
Escolhi meus livros, minha fé, meus amores,
meu jardim, minhas musicas, meus ídolos, minhas flores,
até uma louca bailarina, e umas borboletas,
para celebrar minha passagem por aqui...
com amor.

Ari Mota