Óbvio será...
não permitirem romper a escuridão de si mesmo,
iluminar a própria alma,
afoguear o seu candeeiro e sair clareando o seu caminho.
Visível também será... o encarcerar do sonho, o impedir do vôo,
o podar do grito, não consentir o seu brilhar sozinho.
Haverão de restringir os saltos, provocar o medo, o que acalma,
e definir que o seu retiro, o seu isolamento... é pura solidão.
Será... arremessado, as estatísticas, ao homem massa,
irão mapear o seu trajeto, esculpir o riso em dor,
lagrimas em pingente, em objeto.
Depois, em nome de um ceticismo descabido:
proibir o arder do amor,
e o enlouquecer da paixão.
Mas... é preciso ter coragem para ser feliz, até o fim,
mesmo quando os outros... detestem – vê-lo assim.
Transgrida, desobedeça aos paradigmas, acenda a sua luz interior,
diferencie, distingue-se... da multidão.
Depois... brilhe... dance com sua liberdade, em cortesia,
ria, olhe o mar, obedeça as loucuras que chegam em alegria,
ou refugie-se, na mais alta... das montanhas,
e salte por cima dos abismos imaginários, ame em demasia.
Corra, sinta o vento... pressinta você, a sua intrepidez,
cintile harmonia, destile sensatez.
Toda luz vem do equilíbrio da alma,
do olhar que suaviza, das mãos que tocam em calmaria.
Devolva em mansidão o que lhe ofertam em gritaria.
Evidencie o seu luzir para o mundo, para o universo,
seja uma referência, um lenitivo,
para o desespero dos que vivem na escuridão.
Seja um norte, em noites de ventania.
E ao meio de uma tempestade, seja... um farol.
Ilumine-se por dentro, e resplandeça para fora,
ilumine a sua estrada, e a dos que vagam em indecisão.
Revele-se em amor,
exista...
como o sol.
Ari Mota