Eu vivi em outros lugares, em outras vidas, em outras camas,
já senti outros perfumes, já afaguei outros corpos, já amei outras almas.
Morri de amor por diversas vezes, abandonei, parti e nunca voltei,
já senti outros perfumes, já afaguei outros corpos, já amei outras almas.
Morri de amor por diversas vezes, abandonei, parti e nunca voltei,
já deixei alguém me esperando toda uma vida, por diversas vezes,
fui extremamente estúpido com algumas, intolerante com quase todas.
Entre uma rosa e uma espada, dei preferência a que fazia sangrar, matar.
Já vivi outros amores, em outras tantas vidas que vivi, que passei, que sonhei.
Passei noites em tabernas... bêbado de solidão, revestido de bárbaro, sem coração.
Foram tantas vidas desfeitas, tantos amores inacabados, tantos beijos desejados.
Que o destino me fez voltar, e viver tantas vezes fosse necessário... tudo.
Já vivi 437 anos de amor, sem declarar uma única vez... eu te amo.
São vidas passadas... aprendizagem atroz, eterna procura, permanente busca.
E hoje, alcancei meu último estágio de vida... de amor, de ternura, de sonho.
Encontrei-te...
Levei todo esse tempo... e agora renunciei a todas as vidas que vivi.
Só para ficar docemente ao seu lado até o fim.
De guerreiro e bárbaro, transformei-me em poeta.
Hoje entre uma rosa e uma espada... tornei-me um jardineiro.
Em noites de frio, abraço-te docemente, como nunca o fiz.
Sussurro em sua alma, todo o meu amor.
Eu te amo...
Para sempre...
Ari Mota