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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

UM ANJO CHAMADO SOLIDÃO


Todas as vezes que a solidão tomou meu braço,
reclinou sua face no meu ombro, querendo colo,
reclamando chamego, e querendo minha companhia,
gritei ao vento...
o mundo estava ocupado, as pessoas apressadas,
absolutamente só, transparente, ninguém me ouviu.
Resiliente que sou, fiz dela companheira,
segui seus passos, e muitas das vezes o seu caminho,
partilhei estradas, horizontes, segredos,
e ela vagueou ao meu lado como uma sombra,
importunou-me como uma aparição.
Acordamos... um não ingerir no existir do outro.
E assim, ela vive ao meu lado,
não esvazia minha alma, nem esgota minha essência,
não me traz desassossego, nem cerceia minhas vontades,
não me inquieta, nem me provoca medo,
não me perturba, nem eu a ela.
Trocamos sempre olhares de respeito, nunca de desdém,
finjo que ela não existe, e ela também.
Na verdade dispo-me da solidão em dias de loucura,
mas, visto-a em manhãs de lucidez.
Acostumei tanto com sua presença, que a chamo de anjo,
a transformei em meu silêncio...
em quietude,
na minha calma.
E antes que a solidão rebele-se em dor,
finjo que ela é um anjo,
e amor.

Ari Mota