Ainda
bem!…
Nunca
pensei que… tudo fosse para sempre,
vivi
revestido de uma fugacidade sem fim,
e tudo me
foi efêmero como uma ventania.
Como
tudo esvanece... não guardei, nem carreguei nada,
arrasto
apenas os mais belos sentimentos,
a
loucura das emoções.
Passei
incólume pela vida,
e vim
apreendendo a existir... e sentir o caminho,
nenhum
sistema me devorou,
claro...
tive que acolher o medo, é verdade,
mas o
combati com a minha resiliência,
e o que
me salvou... foram os amores que encontrei,
esses
que sintonizam na minha frequência,
e povoam
a minha alma,
pactuam com
a minha lucidez e loucura,
e
conhecem da minha solidão,
fizeram-me
ver que a cura já estava aqui dentro,
estava
em mim.
Ainda
bem!... nunca vivi...
como se
fosse o centro de algo ou de alguma coisa,
sempre
fui coadjuvante de mim mesmo,
por
vezes invisível, um eco, um ninguém,
quis ser
inteiro... quis conhecer de plenitude,
e
consegui com minha teimosia... evoluir,
e orgulhei-me...
de quem me tornei,
e como
se não bastasse... sobrevivi a todos os temporais,
e
existir é essa beleza que se revela,
é passar
por aqui e entender que tudo é transitório,
frágil...
sem tamanho,
não há
que carregar passado,
nem o
pavor pelo que há de vir, a vida é hoje:
é esse instante
e único,
é essa
breve dança existencial,
essa incessante
contemplação,
é
descobrir a infinita vastidão da alma,
e amar
em demasia.
Porque tudo
não passa dessa efemeridade sem igual,
e “para sempre”
é uma ilusão,
se tiver
que viver... que seja agora,
amanhã...
há amanhã!...
tem o
perfume da finitude.
Ari Mota
domingo, 31 de agosto de 2025
EFEMERIDADE DA ALMA
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