Mostrando postagens com marcador ABRIGO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ABRIGO. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ABRIGO


Se a rudeza da rua, o incomodar em aflição,
e olhares autômatos passarem ao seu lado,
como espectros em solidão.
Não se assuste, são... desatinos da multidão, extrema cegueira,
assemelham-se no vil, no mísero olhar de desdém,
na desimportância de existir.
Igualam-se no vulgar, no comum dos homens.
Mas os concebam... assim: nem menores, nem maiores,
vieram para ofuscar suas próprias verdades,
e fazerem luzir suas infinitas mentiras.
Estão passando por aqui... apenas, por um acaso,
não vieram para evoluir.
Foram aprisionados pelas crenças religiosas,
e pela esperteza maquiavélica do sistema,
e das políticas mentirosas.
São desesperanças coletivas, de fácil logro e enganos,
amam coisas, moedas, rubis, ficaram... desumanos,
e não estão e nem são livres.
Mas... não se atormente com tudo isso, faça diferente.
Não se esqueça de criar na alma um refugio urbano,
onde você possa entrar todos os dias em calma,
e abrigar ali os seus sonhos, e devaneios,
e em silêncio... brincar de quietude,
e em sossego, teimar em ser feliz,
com todo o destemor
e depois...
olhar para o mundo com carinho,
e para você mesmo,
com amor.

Ari Mota

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ABRIGO


Mesmo com toda a aridez do existir,
com toda a rispidez da convivência entre os homens,
com toda a aspereza do olhar,
do intratável preconceito,
da rigidez da intolerância,
e a severidade do desprezo.
Você possa...
e procure não sucumbir à voracidade do subjugar,
nem a avidez da conquista, tampouco a impetuosidade do dominar.
De tudo isso... só não permita,
e não deixe fugir das mãos que semeiam,
do peito que sonha, dos olhos que colhem...
o evoluir.
Não proíba, não impeça as transformações que brotam,
que emergem de dentro como desejos.
Não proíba, nem vede os anseios, nem pode as asas do seu voar.
Não proíba o seu grito, nem estanque o suor da sua dúvida,
nem a fantasia do encontro, nem a vontade de amar.
Que de tudo isso... sua metamorfose espelhe excelência,
que passe por aqui... como missionário de si mesmo,
incumbido de encontrar sua própria verdade, sua essência.
E que...
reserve um canto, um ângulo, uma esquina dentro da sua alma,
e a preserve,
faça ali um abrigo,
um refúgio.
E que não deposite ali... nem ressentimentos,
nem magoas,
nem coisas,
nem medos.
Que possa armazenar apenas o acaso em ternura,
o talvez em loucura,
e as vicissitudes que acometem... quem ama.
Que neste refugio possa abrigar dos temporais,
o amor.

Ari Mota