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sábado, 31 de março de 2012

FEITIÇOS... PARA A MINHA ALMA


Tentei de varias maneiras... fiz algumas formulas em fascinação,
debrucei nos escritos empoeirados pelo tempo,
até alguns ingredientes comprei.
Ensaiei alguns relâmpagos... com os meus abraços,
provoquei estrondos com os meus beijos...
E depois, fiz silencio com os meus afagos,
e percebi que cintilou o meu olhar... quando te encontrei.
Mas, tudo foi tão pouco,
tinha que criar uma irresistível tentação,
um encantamento, para tudo perdurar, durar para sempre,
e fazê-la ficar assim bem perto... dentro do meu coração.
Evoquei força astral, até uma intervenção sobrenatural,
fiz tudo em magia, calmaria... virei até solidão.
Mas, tudo ainda era muito pouco, ínfimo até,
era tudo um quase nada, um talvez... só faltava acabar.
Eu que não queria ficar no abandono,
fiz todos os feitiços para você me amar.
Por um tempo procurei reciprocidade,
mais pudera... era na minha mocidade,
ocasião de colher, e não espalhar semente,
reclamava carinho, calor, corpo ardente.
Hoje, envelhecido...
Com aparência de um mago em descompasso,
descobri que antes eu sabia... hoje, nem tanto,
e de amor pouco sei, ou se sei... só o meu,
e dos outros nada cobro, nem espero ou pouco faço.
Amar é uma propositura íntima, um oferecer,
é um aparar a grama, rastelar as folhas secas,
podar os galhos que ultrapassam as cercas,
é regar a flor.
Hoje, envelhecido...
Enfeiticei... a minha própria alma, a inundei de amor.
E quem me ama... olha-me assim: como sou,
e quem não me descobre,
e não percebe este feitiço que trago na alma,
nunca me amou.

Ari Mota