Vez por
outra...
A razão
vem sondar a minha alma,
e com
sutileza me indaga:
Quando
foi que tudo mudou?
E às
vezes me pergunto... quando?
Quando a
cura emergiu de dentro,
como
esse processo irrompeu em mim,
e
aqui... aportou.
Talvez...
Foi
quando me vi sozinho...
e tive
que me fazer companhia,
e
desnudei-me,
exibindo
a minha fragilidade e força,
e
deparei com esse que hoje sou.
Talvez...
Foi
quando tive que me olhar...
sem
estar no espelho,
e
atravessar-me como se fora transparente,
e passei
a me tratar com mais leveza.
Talvez...
Foi
quando tive que me encontrar...
sem
nunca estar perdido,
e tive
que dimensionar a estrada,
e saber aonde
chegar.
Talvez...
Quando
tive que me amar... quando me faltou amor.
Quando
tive que voar... quando acabou o caminho.
Quando
tive que me reencontrar... recompor.
Talvez...
Foi
quando deparei com as dores,
e tive
que ter paciência com as minhas emoções,
que
descem vez por outra dos olhos:
- Só de
pensar em partir,
e não
saber como despedir dos meus amores.
Mas, foi
mesmo... quando tive que elevar-me,
e deparei
com um universo em mim,
e tive
que lidar com essa imensidão,
descobrir
este que sou.
E saiba,
pode até parecer que tudo foi efêmero,
um
relâmpago ensandecido,
uma
tempestade de verão,
mas, só
eu sei o quanto demorou.
Mas... quando
tudo mudou...foi:
Quando
me amei.
Ari Mota
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domingo, 11 de setembro de 2022
QUANDO FOI QUE TUDO MUDOU
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