Mostrando postagens com marcador DIFERENÇA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador DIFERENÇA. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de abril de 2010

DIFERENÇA

Quando jovem ouvia todas as vozes,
e acreditava em todos os discursos, em todos
os sermões.
Apresentaram-me o mundo dos homens, as falácias sociais,
usaram de sofisma para descrever a vida, malograram
a história,
imputou-me a culpa, a duvida e regraram meus vôos.
Por tempos... tomaram por tema a igualdade,
e impuseram-me ser igual a todos, e todos igual a mim.
Quando jovem não pude compreender a iniqüidade
dos humanos,
na inocência acreditei que minha verdade estava com
alguém,
que meu caminhar era apenas seguir as trilhas deixadas
pelos caminhos.
Num entardecer lá nas Gerais, já abatido pela incerteza,
minha alma abraçou-me ternamente e falou-me das
verdades do existir.
Fui caminhar pelas Mantiqueiras,
que chuvosas ainda andam nos meus sonhos,
e deparei com as diferenças da natureza, as diversidades
das estrelas,
e tudo era desigual, uma era diferente da outra, aqui,
como nos confins do universo,
e tudo isso traduzia em beleza para os meus olhos,
calma para a minha alma,
harmonia para a minha jornada.
Quando jovem não pude compreender as diferenças,
hoje, as defino claramente em meu cotidiano.
E sei que não sou mais que ninguém,
e ninguém mais que eu,
somos diferentes no aspecto e na essência,
nos vôos e nas trilhas
que cada um segue
para encontrar
a sua verdade.

Ari Mota