Quando deparei com o mundo,
inda escondido nas Minas Gerais dos meus sonhos.
Confesso, a timidez fazia-me companhia,
assustei com o tamanho do caminho, com a longa estrada.
Acanhado, muitas vezes escondia... temia expor a natureza da minha alma,
corri dos convívios, quase fiquei insocial, em agonia.
Carregava espanto nos olhos, desespero no riso,
mas pudera, eu era diferente, atrevido... já fazia as minhas escolhas.
Nunca aceitei o segregar social... sempre fui livre no que verbalizo.
Visível foi... que tudo aconteceu com mais rigidez,
mas, quando o destino despejou em mim os nãos do existir,
achei que não suportaria o peso, quase fui à queda... superei em solidez.
Queriam imprimir a negativa do vôo, e cercear minhas vontades,
vi que todos vigiavam a todos, para que ninguém sobressaísse dos demais,
como sempre tive um olhar para dentro, e de mim mesmo,
sobrevivi aos vendavais.
E assim assisti que tudo não era permitido, fui bombardeado pelo proibido,
recebi tantos nãos, que um dia resolvi conhecer o inusitado,
era essencial que sonhasse, soubesse o barulho do tombo.
Até que um dia encontrei uma única asa caída ao chão,
tomei distancia para o salto, e fui... mesmo ouvindo o não,
de tudo, algumas coisas ficaram: ousadia e solidão,
depois... bem depois dos combates... sobrevivi e aprendi:
Que... para os pessimistas o não é um destino,
para os otimistas o não é um sim.
Mais, para os que transcendem o medo do não,
tudo é puro estímulo, desafio.
A vida é uma provocação.
Fui viver...
Ari Mota