segunda-feira, 5 de abril de 2010

BELEZA


  
Duas são as belezas da vida...
Uma efêmera... as representamos com castelos de areia,
dura uma maré, um vento apenas, um sopro do destino,
são belezas que nos acompanham quando jovens,
estampam em nosso rosto, em nossa pele, na beleza do corpo,
resplandece em nossos olhos, fugaz como o vento,
são belezas transitórias, descartáveis.
São mascaras que grudam em nossa cara,
e caem pelos solavancos da vida, deixando-nos nus.
E sofremos quando da sua partida, e enrugamos,
partem prematuramente, deixando a solidão na face.
A outra beleza a edificamos dentro da alma...
São castelos de pedra que ao longo da vida,
sobrepomos uma a uma, construindo um lugar inabalável,
são fortificações que suportam os sismos do existir,
mantém-se de pé, após os terremotos existenciais,
guarnecem-nos dos temporais e não sucumbem aos vendavais,
protengem-nos  por toda a vida... são belezas eternas,
trazem equilíbrio, sensatez e uma imensa paz,
conduzem-nos ao arrebatamento da alma, nos faz... feliz.
Estas são as belezas da vida...
Uma efêmera... faz moradia em nossos castelos de areia,
a outra constrói  castelos de pedra, e fica por toda uma eternidade.
Ambas edificam nossa vida,
mas só uma irá alicerçar nossa alma.

Ari Mota

6 comentários:

Denise disse...

Duas belezas sustentando-nos.
A perene, onde "os sismos do existir" não abala a alma - alicerçada no edifício da eternidade. A efêmera edifica o ego, que tomba diante da magnitude da sua outra metade...e essa é a maior das belezas. Outra, tuas palavras, Ari! LINDO DEMAIS!

Abraços!

Anônimo disse...

Sim, Ari, com esses textos tão sensíveis, vc busca sempre a sólida.

Beijo.

Paula Barros disse...

Lendo calmamente os seus textos, refletindo. Alguns eu precisava ler e refletir, bom momento, o momento que precisamos.

abraço, bom dia!

Marcello Lopes disse...

Ari, seu poema traduz a diferença entre a aparência e substância.

Parabéns.

Cândida Ribeiro disse...

Querido amigo de além-mar,

beleza que vem da alma que resiste a todas as tentações do ego,
beleza que nos tranquiliza e enche de amor para caminharmos ,sem medos, até cumprirmos o nosso Plano Divino.

Linda a sua mensagem.

um abraço carinhoso e cheio de luz

Edith Lobato disse...

Mais uma vez, digo que teu texto é de uma profundidade bela. O tema abordado nos leva a refletir sobre estas questões que se afinam cada vez nos tempos atuais, o valor execessivo que se dá esta beleza transitória. Parabéns! Bom transcorer de semana.