terça-feira, 17 de novembro de 2009

A LOUCURA









Uma fronteira tênue separa lucidez e loucura.
Como procurei lucidez vida afora,
tive um surto dia desses.
Mas, na verdade foi um grande vôo.
Primeiro uma rasante dentro da alma.
Fui assistir o filme da minha vida,
as cenas não eram tão medíocres,
não tinham a grandeza de Hollywood,
mas, dentro da minha pequenez , ficaram lindas.
Depois, dentro de uma mochila coloquei loucura.
Fui passear pelo mundo...
Em Roma na Piazza Del Popolo, dancei nu,
claro, com aquela bailarina louca.
A pé, fomos a Paris, e na champs-Élysées,
corremos, gritamos, amamos ao luar.
Roubamos uma bicicleta na Praça da Concórdia,
ela, uma borboleta e eu, fomos para Madri.
Tentei domar um touro no Monumental Del lãs ventas,
quase que morri, ela me salvou com beijos.
Fomos refletir sobre a vida, de mãos dadas,
pelos caminhos de Santiago de Compostela,
como dois peregrinos, dormimos em frente a catedral,
pela manha uma orquestra de borboletas,
tocou Adágio de Albinoni ,acordamos sorrindo.
Sorrindo para a vida...felizes.
Passamos por todas as praças do mundo,
das mais belas, as mais livres.
Assistimos musicais, arte e loucura.
Chegamos... nossas praças, não são nossas.
Eu, ela e a borboleta ficamos com medo.
Lá dormíamos em Albergues.
Aqui levaram-nos para o Hospício.

Ari Mota

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