quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A DERIVA









Quando você se foi...
Fiquei no meio do mar da minha vida, só.
Um temporal tomou meu barco.
As ondas batiam na proa com violência.
Quase não conseguia segurar o leme.
Olhei a estibordo, você não estava,
eu precisava tanto da sua presença.
Ouve um dia que a vi, a bombordo me olhando,
pura miragem de marujo perdido.
O vento frio do mar entrava na alma,
e a chuva escorria face abaixo.
Quando aquele temporal foi embora.
Meu barco em pedaços, ainda flutuava.
Eram fragmentos por todos os lados.
Procurei você em todos os cantos.
Não te encontrei...
Perdi minha bússola.
Não tinha mais nada, nem sul, nem norte.
Estava a deriva.

Ari Mota

2 comentários:

Elaine Barnes disse...

Ari,seu poema é belíssimo, qtas vezes nos perdemos de nós mesmos no imenso mar e ficamos a deriva não? Ainda bem que a maturidade permite que não fiquemos mais diluidos em outro alguém,mas, até chegar aqui...Só nós é que sabemos. Adorei o seu "Quem sou eu" muito bom mesmo.Agradeço imensamente sua preciosa visita e elogios. A recíproca é verdadeira.
Gostaria que conhecesse o blog da minha gde amiga Geisa " A Força e a beleza de ser mulher"
http://geisamachado.blogspot.com/ obrigada e bjão meu novo amigo

selma disse...

Ari,
Gostei, também dos seus.
Seja sempre bem vindo.
Abraços poéticos
Selma