sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O ASTRONAUTA POETA


Quando menino, época de escassez, ausência de caminhos, de perspectiva,
resolvi não seguir trilhas de ninguém, e abri sozinho o meu mundo de sonhos.
Mas, eu tinha um vizinho... poeta imortal... mestre das mantiqueiras,
artífice das palavras, gênio das escritas e sentimentos, falava de amor,
de mulheres, de carinho, de caricias... e de declarações em noites enluaradas,
em prosa recitava em êxtase a lua como a guardiã das paixões e dos namorados,
eram versos que falavam de desencontro, encontro, amores possíveis e impossíveis,
como era menino, não compreendia de amor, e resolvi alcançar a lua...
procurar essas emoções.
Aventei a hipótese de enamorar uma linda mulher entre as rochas lunares...
em beijos e abraços.
A incerteza tomou conta de minha alma...ser astronauta ou poeta?
Então, me maravilhei com “ De La Terra à La Lune, de Júlio Verne, viajei com eles,
e não cheguei lá.
Eram sonhos utópicos, noites embriagantes de fantasia, medo do amanha,
medo de não amar.
Com 15 anos quando Neil Alden Armstrong, pisou no mar da Tranqüilidade... na lua,
minha inocência se deu conta da incerteza...
Quis ser astronauta, porque não sabia ser poeta.
E um dia...num vôo imaginário, estava eu fazendo serenata ao luar..na lua.
Fui recitar poemas de amor, a procura de você...não te encontrei.
Na descoberta...pra de achar e te amar... abandonei o sonho de ser astronauta.
Tornei-me poeta só pra te encontrar.

Ari Mota

2 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Ari
Maravilhoso texto...cheio de sonhar

Beijinhos

Sonhadora

Anônimo disse...

Ah, derreti.. hehe... Lindo demais!
O problema de se alcançar a lua é que nem todos o conseguem. Então acaba-se ficando só, tendo de voltar.

Amei esse texto!!!