Acordei...
Pluguei meu mundo à tecnologia disponível, para atualizar-me,
e fiquei desinformado.
Despejaram tanta barbárie no nascer do meu sol, na minha manhã,
que desesperado corri no calendário de trás da porta... e era 2010,
pávido e incerto fui até a minha calçada, e não era uma rua medieval.
Acordei ávido, acreditando na metamorfose da ração humana,
em um novo homem destilando verdades e com profunda deferência,
para com os outros e para consigo mesmo... e não o encontrei.
Desfilavam em frente a minha existência, multidões de bárbaros,
mergulhados na mais pura incivilidade, na mais feroz impolidez,
habitantes da mais inóspita urbanidade, cruéis, insanos,
carregados de mentiras e revestidos da mais terrível indiferença.
Acordei...
E encontrei os mesmos pastores conduzindo suas ovelhas,
cerceando seus vôos, aprisionando suas almas, inibindo seus desejos.
Encontrei os mesmos moços fingindo seus amores, negando seus abraços,
negando seus beijos.
Acordei... pluguei ao mundo... minha alma de poeta,
em busca de amor, e nada encontrei.
Na descoberta, na busca, na inocência de um menino,
na pureza de espírito, na sutileza de existir,
fiquei desinformado.
Ari Mota
4 comentários:
Em um futuro não tão distante,a evolução se dará não pela tecnologia, mas pelo regresso das boas maneiras,pela cortesia e paz entre os homens.
"Acordei... pluguei ao mundo... minha alma de poeta,
em busca de amor, e nada encontrei."
Me sinto um pouco assim nesses dias...
Grande abraço mestre Ari....
Como me sinto na amioria das vezes.
Acho que devo ter nascido na época errada :D
bEIJO
Com certeza, eu tb prefiro ser poeta desinformada...Construir um mundo de palavras e imagens que a minha mente constrói, depois entrar nele e morar...Um beijo meu querido, só hoje arrumei tempo pra atualizar e visitar os amigos.
E nesta evolução, nesta profusão de informações, muito mais informações que conhecimento é que estamos imersos. A tendencia é que o futuro ada vez mais caminhe nesta órbita. O teu texto é esplêndido poeta. Parabéns!
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