Na minha calçada desfilam crianças de todas as cores,
de todos os risos, de todos os sonhos, de todos os credos,
a maioria como seus pais... serão livros de paginas vazias,
não contarão historias e nem farão parte delas, serão números.
Mas... jamais deixarão de ter a inocências e a pureza de um anjo,
e serão crianças até a perda da transparência de sua verdade,
e tornar-se-á adulto, quando na descoberta tragar o fel da mentira.
Na minha calçada desfilam crianças de todos os amores,
aquelas concebidas numa ardente noite de amor, numa entrega,
como aquelas fecundadas em uma noite fugaz, de desespero e solidão.
Independente de estarem contextualizadas ou não, as procuro,
e acredito que a raça humana tenha uma nova chance,
e que dentre as que vejo... possa emergir um novo ícone, uma nova alma.
Alguém que possa refazer os caminhos, redirecionar os sonhos,
recompor o que temos de humano, redefinir nossas esperanças,
recompor o apreço as diferenças, condescender aos vôos individuais.
Acredito que tenhamos ainda uma nova chance, sem profetizar.
Na minha calçada desfilam crianças de todas as virtudes,
as que construirão impérios, as que serão exploradas por eles,
as que serão dignas, probas, honestas e as que nem tanto.
Acredito em uma nova chance... em uma época de serenidade.
Na minha calçada desfilam crianças de todas as doutrinas,
mas acredito que uma delas... um dia...restabelecerá a fé,
e fará do homem um guardião dos rios, dos mares, dos céus
e de si mesmo.
Com amor.
Ari Mota