quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O PEDINTE









Em minha casa pedem de tudo...
O vil metal é o mais assediado.
Em segundo lugar o alimento.
Mas, como não bastasse, há outros pedidos:
Afeto.
Carinho.
Compreensão.
Aparecem os desprezados.
Uns chegam alucinados, drogados.
Outros perdidos, ainda não se encontraram.
Muitos sem fé.
E há os que realmente são miseráveis.
Todos na verdade queria além de tudo isso, amor.
Muitos vivem assim toda uma vida.
Não tenho capacidade de julga-los, e nem de ajuda-los.
Sou muito pequeno diante deste flagelo.
Mas, dia desses, um dos tantos que ali aparecem:
Um deles, pediu-me LIVROS.
Minha alma estremeceu, silenciei-me.
A pobreza daquele homem era circunstancial.
Tudo o que tinha, dei a ele.
Uma lagrima rolou fase abaixo.
Choramos em silencio.
Ele jamais voltou...
Mas acredito que um dia voltará.
E fará deste planeta um lugar
melhor para viver.

Ari Mota

2 comentários:

Graça Pereira disse...

Pode faltar tudo menos, o carinho, o amor e a compreensão..Gostei desta análise poética.
Um beijo
Graça

In Pressões disse...

Lindo blog! É mesmo preciso coragem pra ser feliz... Abraços!