quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

REINVENTAR OS ÍDOLOS


Andei bisbilhotando o homem dos tempos de hoje,
os encontrei sem referências humanas,
carentes de símbolos, com ausência de ídolos,
alienados... dispersos... sem sonhar.
Apartado da lógica, do senso, do livre arbítrio, do evoluir.
Sem contemplar a critica, nem mensurar as diferenças,
sondei sem inquirir, averiguei sem questionar,
olhei sem ser torpe, com olhos de águia... espiei a distancia,
sem expressar indiferença, nem intolerância.
Distanciei-me da multidão, como tigre em noites de solidão,
olhei sem impor censura, os encontrei sem desaprovar.
Vi nas atitudes, nos vazios existenciais:
falsas ideologias, discursos tirânicos, demagogia.
Vi gerações perdidas, implodidas, inúteis.
Sem escolha de comportamento ético,
cético no amanhã, perambulando pelas ruas,
sem buscar outros paradigmas,
sem mudar o ângulo, nem virar as paginas,
nem trocar de livros, nem ultrapassar fronteiras,
sem derrubar cercas, sem no gestual ter outras linguagens,
e no andar... instalar outras paragens.
Os encontrei naufragados em si mesmo,
carecendo de uma reengenharia que pudesse colocar esperança,
onde se encontra desprezo, onde está a dor,
consciência onde falta o saber,
porque se muda um país quando o faz com seus ídolos,
e os reinventa sempre...
até encontrar um que fale
de amor.

Ari Mota



2 comentários:

Denise disse...

Texto forte, retrato de quem mergulha nas emoções e olha, atento. Acho que vc viu a escolha do caminhar, quando cada um separa de si ou junta a si, num tempo seu e envolto em muitos véus...que podem ser retirados na caminhada.

Um ótimo dia pra vc, um bjo!

Marilu disse...

Querido amigo, nossos ídolos, heróis, grandes homens e mulheres que fizeram a diferença no mundo recentemente, estao mortos. Acredito que estamos precisando de novos Einstens, Ghandis, Indiras, Madres Therezas, e tantos outros. Nao precisamos de Osamas, Hitlers. Precisamos de novos ídolos...do bem..Adorei seu texto. Tenha um lindo final de semana. Beijocas