terça-feira, 13 de julho de 2010

SÓ NÃO SOBREVIVI AO AMOR



Sobrevivi à solidão que as diferenças impuseram ao meu olhar,
ao desalinho que pairou nas minhas esperanças, no meu caminhar,
ao desconforto dos que exigiram e tentaram direcionar minha fé,
e a insolência imposta pelos que queriam restringir meus vôos.
Sobrevivi aos meus medos, a minha inconstante dúvida, 
minha volúvel culpa, e a própria insensatez de se achar único.
Sobrevivi às arrogâncias sobrepostas nas estradas que passei,
as palavras que emudeceram... e em êxtase tinham que gritar aos céus,
todos os meus tormentos, todas as minhas angústias,
toda a indiferença.
Sobrevivi ao isolamento imposto dos que perceberam que mudei o rumo,
que descobri veredas que me levaram aos recantos da alma,
aos braços da sensatez, e as trilhas do equilíbrio,
da razão e do silêncio.
Sobrevivi ao desaguar das míseras regras sociais,
dos cerceamentos,
dos olhares de desdém, da soberba, dos abraços vazios,
e dos inverídicos beijos, e das falsas declarações.
Sobrevivi à estupidez do julgo... e da espontaneidade do ódio,
do desejo de possuir o que o outro tem,
deixei livre... todas as almas,
inclusive a minha.
Só não sobrevivi ao amor, não resisti as suas investidas,
sujeitei-me ao seu triunfo, subjuguei-me aos seus caprichos,
persuadiu-me a segui-lo eternamente, em suplica caí aos seus pés,
não sobrevivi ao amor.
Se necessário morro de amor todos os dias.
Amo intensamente a vida e o que ainda resta.
Amo você.

Ari Mota

5 comentários:

Denise disse...

Quem sucumbe ao amor, sobrevive a tudo. E quem provoca este poema, musa do amor irresistível, tendo a seus pés um coração apaixonado - guarda o tesouro mais preciso: do amor declarado!

Beijo, meu amigo poeta!


* Ari, esta configuração para comentários dificultou bastante. Não consigo que vá pela conta do google...

Marilu disse...

Meu querido poeta, não sobreviver ao amor, é viver plenamente. Amar e ser amado, ter a seu lado o ser mais desejado. Lindo poema..Beijocas

Denise disse...

Obrigada por melhorar a configuração, Ari. Sou arroz de festa aqui, e facilitar ajuda bastante em função do tempo - como não abro mão de vir, fico feliz!! Obrigada, tá?
Bjos

Pâmi Garcia disse...

Querido Ari.
Seu trabalho é lindo!!

Este poema é maravilhoso!!
Devemos nos entregar ao amor! Sempre, sempre e sempre.

ValériaC disse...

Ari querido...me encantam suas palavras...amigo, como você escreve bem...adoro ler você...
E que você viva esse amor...intensamente...
Beijinhos...
Valéria